Agressão de extermínio de Netanyahu chega ao 90º dia em Gaza | Foto: John Macdougall/AFP

“Em três meses, a Faixa de Gaza virou um lugar de morte e desespero. Tornou-se simplesmente inabitável. A sua população testemunha ameaças diárias à sua própria existência, enquanto o mundo assiste”, denunciou na sexta-feira (5) o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários e coordenador de Ajuda de Emergência da ONU, Martin Griffiths, em comunicado.

O diplomata lembrou que milhares de pessoas morreram, foram feridas ou ficaram desalojadas, enquanto as crianças são as mais afetadas nestas últimas 12 semanas “traumáticas”. “Não há água. Não há escola. Nada além dos sons aterrorizantes da guerra, dia após dia”, ressaltou.

DOENÇAS INFECCIOSAS

“Um desastre de saúde pública está se desenrolando”, acrescentou, citando a propagação de doenças infecciosas nos abrigos superlotados do enclave, enquanto as redes de canalização de esgotos não aguentam e acabam transbordando.

“A comunidade humanitária ficou com a missão impossível de apoiar mais de dois milhões de pessoas”, disse Griffiths, assinalando que “a esperança nunca foi tão ilusória”. “Gaza mostrou-nos o pior da humanidade”, resumiu.

“É hora das partes cumprirem todas as suas obrigações ao abrigo do direito internacional” para proteger civis e libertar reféns, argumentou, pedindo aos líderes mundiais que usem toda a sua influência para “fazer isso acontecer”.

90 DIAS DE ATAQUES AOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HUMANIDADE

“Continuamos exigindo o fim imediato da guerra, não apenas para o povo de Gaza e seus vizinhos ameaçados, mas para as gerações vindouras, que nunca esquecerão estes 90 dias de inferno e ataques aos preceitos mais básicos da humanidade”, insistiu Griffiths. “Esta guerra nunca deveria ter começado. Mas é hora de acabar”, enfatizou.

A assessoria de imprensa das autoridades de Gaza especificou, no sábado (6) que até agora foram confirmados 22.722 “mártires”, incluindo 10.000 crianças, ao mesmo tempo que destaca que outras 7.000 pessoas continuam desaparecidas – 70% delas crianças e mulheres -, seja porque ainda estão nos escombros ou porque seus corpos não foram recuperados.

Assim, detalhou que entre os mortos estão 326 membros de equipes médicas, 45 trabalhadores da defesa civil e 107 jornalistas. Além disso, destacou que outras 58.166 pessoas ficaram feridas pelo ataque israelense, ao mesmo tempo que alertou que 10 mil pacientes com câncer estão em risco devido à devastação do sistema de saúde de Gaza.

Fonte: Papiro