Sergey Lavrov, chanceler da Federação Russa | Foto: Reprodução

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que Israel não tem carta branca para assassinar palestinos por conta do Holocausto, na Segunda Guerra Mundial, e lembrou que 27 milhões de soviéticos morreram na luta contra o nazismo.

“O Holocausto ceifou a vida de cerca de seis milhões de judeus na Europa. Entretanto, a União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de pessoas durante a guerra, incluindo muitos judeus, sendo que dois terços dessas perdas ocorreram entre a população civil”, lembrou Lavrov.

“Os israelenses não podem fazer o que quiserem porque sofreram durante a Segunda Guerra Mundial. Sim, houve o Holocausto, foi um crime terrível, mas houve também genocídio de todos os povos da União Soviética”.

“Segundo esta lógica, podemos fazer o que quisermos. Isso não funcionará se quisermos defender sistematicamente o direito internacional”, apontou o chanceler russo

“Israel não deve pensar que o sofrimento dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial lhe dá carta branca na política externa, especialmente no que diz respeito às hostilidades em Gaza”, acrescentou.

Na avaliação de Sergey Lavrov, “o fracasso de décadas” em estabelecer um Estado palestino “é uma das principais razões para a atual instabilidade no Médio Oriente e para as tensões entre palestinos e israelenses”.

Em pouco mais de 100 dias da guerra, Israel já matou mais de 24.500 palestinos na Faixa de Gaza, sendo que 70% eram crianças e mulheres. Na Cisjordânia, onde o Hamas não tem qualquer ingerência, Israel matou 355 palestinos, incluindo 90 crianças.

Os dados são do Ministério da Saúde de Gaza e do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (OCHA).

Por essas ações, Israel foi denunciado pela África do Sul no Tribunal Penal Internacional, em Haia, por genocídio contra o povo palestino.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que “ninguém irá deter” Israel de atacar palestinos.

Fonte: Papiro