Exportações do Brasil à China crescem e passam de US$ 100 bilhões
As exportações brasileiras à China cresceram 16,5% em 2023, ultrapassando pela primeira vez a marca de R$ 100 bilhões. Com a cifra, a China se consolida ainda mais como principal parceira comercial do Brasil.
Conforme números consolidados da balança comercial divulgados em 5 de janeiro pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, os chineses respondem por 30,7% das exportações do País. De US$ 339,7 bilhões em produtos embarcados para o exterior no ano passado, US$ 105,75 bilhões correspondem a compras feitas pela China.
Dois fatores impulsionaram os resultados. Primeiro: a volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto. Segundo: Em segundo lugar, o refluxo da pandemia de Covid-19, que acelerou a reabertura da economia da China.
Um dos idealizadores dos Brics, Lula desanuviou as relações entre os dois países, que ficaram permanentemente estremecidas sob o governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), com sua postura hostil aos chineses. A visita do presidente brasileiro à China, em abril, resultou na assinatura de 15 parcerias bilaterais.
“É com a China que a gente mantém o mais importante fluxo de comércio exterior”, declarou Lula durante uma coletiva com o presidente chinês, Xi Jinping. “É com a China que tivemos a nossa maior balança comercial – e é junto à China que temos tentado equilibrar a geopolítica mundial, discutindo os temas mais importantes.”
Foi graças aos chineses que, em 2023, o Brasil não apenas bateu o recorde de exportações – mas também ostentou um superávit de US$ 98,8 bilhões. Embora os preços das commodities tenham caído, em média, 6,3% no último ano, o desempenho geral da agropecuária compensou a defasagem, com um crescimento de 9%.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, os produtos que mais avançaram nas exportações foram animais vivos, milho, soja, minérios, açúcares e alimentos para animais. Além disso, em 2023, o Brasil se tornou o maior exportador mundial de milho (superando os Estados Unidos) e de farelo de soja (ultrapassando a Argentina). O País também encabeça o ranking de vendas externas de soja, açúcar, café, suco de laranja, carne bovina, carne de frango, tabaco e celulose.