Manifestação em Copenhague se estendeu por quilômetros | Foto: The Local

Atendendo ao chamado “Todos às ruas por uma Palestina livre”, centenas de milhares de dinamarqueses marcharam neste domingo (7) em Copenhague para pedir cessar-fogo imediato e exigir um basta ao genocídio perpetrado por Israel em Gaza.

Concentrados na Câmara Municipal de Frederiksberg, os manifestantes cobriram completamente os dois quilômetros de distância até a Câmara de Copenhague com bandeiras palestinas, entoando cantos de solidariedade e empunhando faixas contra o terrorismo de Estado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O evento foi organizado por partidos, movimentos sociais e de solidariedade, sindicatos e ativistas que exigiram medidas humanitárias urgentes das Nações Unidas e a punição dos crimes de guerra israelenses.

CIRURGIÃO DENUNCIA CONDIÇÃO DESUMANA NOS HOSPITAIS DE GAZA

Ao retornar à Inglaterra pelo Egito, o doutor Abu Sitta denunciou o vivido em Gaza, onde passou 43 dias operando como cirurgião, sob intenso bombardeio.

Sitta explicou que necessitou regressar por não poder mais realizar cirurgias, devido à ausência de equipamentos médicos, e decidiu ajudar os pacientes ao expressar o crime israelense onde sua voz puder chegar.

O médico palestino apontou que, desde o início da agressão, a capacidade dos hospitais era inferior ao número de pacientes a serem tratados, com os cirurgiões precisando tomar decisões difíceis sobre quem tentariam salvar. Contou o caso de um homem de 40 anos com ferimentos de estilhaço na cabeça que necessitou de radiografias e de um exame de um neurocirurgião, que não estavam disponíveis, conforme informaram aos familiares do paciente. Unida, a família testemunhou sua agonia e permaneceu ao seu lado ao longo da noite, até sua morte pela manhã.

A anestesia e os analgésicos se esgotaram muito rápido nos hospitais, o que obrigou a Abu Sitta e a muitos profissionais realizarem dolorosos procedimentos de limpeza das feridas.

Sitta também revela ter tratado de pessoas com queimaduras causadas por fósforo branco, arma proibida pelo direito internacional. Como explicou, essa é uma lesão fácil de distinguir, uma vez que o fósforo continua ardendo nas partes mais profundas do corpo até chegar aos ossos.

Desde o seu retorno à Inglaterra, o médico palestino passou a maior parte do tempo alertando aos líderes políticos e organizações humanitárias sobre a trágica situação de Gaza. Também informou à polícia de Londres sobre as inumeráveis lesões que presenciou.

Fonte: Papiro