Crédito do BNDES para indústria dobra no primeiro ano com Lula
O projeto de neoindustrialização do Brasil está a todo vapor. No penúltimo dia do ano, 30 de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, um projeto de lei que que prevê incentivos à modernização do parque fabril brasileiro pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que irá destinar R$ 3,4 bilhões para o programa de depreciação acelerada.
Nesse sentido, o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem fundamental importância, uma vez que em 2023 dobrou o crédito oferecido em relação a 2022 para a indústria e liberou R$ 26 bilhões em operações diretas.
O número ainda está distante dos R$ 48 bilhões ofertados em 2014, no entanto é o maior valor desde aquele ano. Mas o que é interessante, no momento, é a retomada do crédito logo no primeiro ano do terceiro mandato de Lula.
Do valor liberado pelos BNDES no ano anterior, destaca-se operações para inovação da indústria em R$ 3,9 bilhões, com foco maior na área de transportes. Outros segmentos com importantes recursos foram colocados telecomunicações, saúde e agrícola.
O jornal Valor Econômico destacou os valores e trouxe as palavras do diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES, José Luis Gordon, que diz que os números mostram a volta do banco na agenda industrial, intrinsicamente ligada à agenda do governo.
A visão de retomada do banco, praticamente ‘abandonado’ após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, é compartilhada por integrantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que observam novo estímulo para a modernização dos parques fabris com o aumento no volume de crédito.
Como aspecto auxiliar para a retomada do setor está a queda dos juros em 2024.
Retomada
O BNDES foi um dos órgãos desmontados após o golpe sofrido pela presidenta Dilma Rousseff. Desde então os recursos foram minguando e, consequentemente, afetou diversas políticas públicas e projetos importantes para a engrenagem nacional.
O banco chegou a ser alvo das fake news impetradas pelo bolsonarismo, que disseminava na sociedade a infundada ideia de que os recursos do BNDES eram utilizados para investir em outros países alinhados com o governo Lula e Dilma, como Cuba, Venezuela, Argentina, entre outros.
Quando o banco, já sob a presidência de Jair Bolsonaro, contratou uma auditoria para apurar desvios na estatal, situação chamada pela extrema-direita como caixa-preta do BNDES, o escritório estrangeiro, Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, que subcontratou o brasileiro, Levy & Salomão, não encontrou nenhum desvio.
Neste jogo de cena do bolsonarismo foram desperdiçados R$48 milhões pagos aos escritórios pela auditoria – dinheiro gasto com uma operação inútil e que fez Jair Bolsonaro dizer que, na verdade, não havia a tal caixa-preta.
*Com informações Valor e PT