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O temporal que devastou Porto Alegre na última terça (16) e nesta quarta-feira (17) deixou milhares de pessoas sem luz. Ao menos 5 das 6 estações estão sem energia desde as 22h, prejudicando mais de 1,2 milhão de pessoas. Além da energia, mais 11 estações de bombeamento de água da cidade também estão sem energia, o que prejudica o escoamento da água acumulada pela chuva.

Conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em apenas uma hora a Capital registrou 76 milímetros de precipitação, mais da metade da média prevista para janeiro (110 milímetros). O vento chegou a 89 km/h no Aeroporto Salgado Filho.

Segundo a Prefeitura, já havia mais de 150 registros de árvores ou galhos caídos pela cidade. Os serviços de saúde também foram atingidos como o Hospital de Pronto-Socorro, Hospital de Clínicas, Instituto de Cardiologia, Centro de Saúde IAPI e o pronto-atendimento da Vila dos Comerciários estão sem luz.

A luz no Rio Grande do Sul é privatizada por duas empresas, a RGE e a CEEE Equatorial. Segundo a Equatorial, os moradores de Porto Alegre terão que aguardar até sábado (20) pela normalização do serviço. 

Em entrevista, o presidente da CEEE Equatorial afirmou que a “intensidade do temporal” e a “elevada complexidade” a luz só pode ser restabelecida no sábado. 

“Os clientes residenciais a gente ainda demora para atender. Nós temos uma expectativa de que até sexta, sábado devemos normalizar todo mundo. Não são serviços e problemas de soluções simples. São trabalhos de elevada complexidade”, explicou o presidente da CEEE Equatorial.

Ao todo, 689 mil pontos estão desabastecidos. Na área de concessão da CEEE Equatorial, são 270 mil clientes concentrados na Região Metropolitana.

Na área de concessão da RGE, são 574 mil clientes afetados. Os locais com mais casos são da Região Metropolitana, Centro, Vale do Taquari, Vale do Sinos e Vale do Rio Pardo.

A vice-líder do governo do prefeito Sebastião Melo (MDB) na Câmara de Porto Alegre, vereadora Cláudia Araújo (PSD), protocolou, nesta quarta, um requerimento para a formação de uma comissão especial para discutir o atendimento da CEEE Equatorial.

“Com os muitos temporais registrados no Rio Grande do Sul nos últimos meses, clientes da CEEE Equatorial têm questionado a falta de divulgação, por parte da concessionária, de prazos para o restabelecimento da energia após os eventos”, afirmou Cláudia na justificativa do pedido. O requerimento foi encaminhado ao presidente da Casa, Mauro Pinheiro (PL).

Em publicação nas redes sociais, Melo criticou o atendimento da companhia. “Já que a direção da CEEE Equatorial não atende o telefone nas últimas horas, fazemos um apelo para que alguém da empresa compareça ao Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic) e nos auxilie na governança conjunta para retomar a normalidade. Não há abastecimento de água sem energia!”, escreveu o prefeito.

“Das 6 estações de tratamento de água, 5 estão sem energia desde aproximadamente 22h, afetando 1,2 milhão. Das 23 estações de bombeamento de esgoto pluvial, 11 também estão sem energia, conforme relatório. A CEEE Equatorial não tem posição precisa sobre o retorno da luz”, disse Melo.

Da mesma forma, o governador Eduardo Leite criticou uma das concessionárias de energia elétrica que prestam serviço no território gaúcho, a CEEE Equatorial. Conforme o chefe do Executivo Estadual, a empresa não está tendo uma relação satisfatória com os clientes quando contatada.

“O Grupo CEEE Equatorial precisa melhorar sua relação com as autoridades e com a sociedade, então estamos demandando uma série de ações deles nessa direção”, destacou. Leite afirma compreender a gravidade do último evento climático, mas mesmo assim ressalta o dever da companhia em prestar esclarecimentos. “A empresa precisa além de garantir o atendimento, também se relacionar adequadamente, então fiz o contato também com o presidente do grupo para demandar”, acrescentou.

O governador afirma que sua gestão estará pressionando e fiscalizando os serviços prestados pela CEEE, e fala na possibilidade de aplicação de multas e até mesmo de perda de concessão por parte da empresa. 

“Nós temos a expectativa de que a empresa mude a sua postura e se não fizer isso ao longo do tempo, ela pode enfrentar um processo de retirada da sua concessão”, expressou.

Fonte: Página 8