Como os comunistas devem se preparar para as eleições 2024
A eleição municipal será o maior – mas não o único – desafio dos comunistas em 2024. Em resolução aprovada nesta quinta-feira (18), a Comissão Política Nacional do PCdoB destaca tarefas para a militância e as direções num ano em que há “novas condições” para “a batalha pelo revigoramento do Partido”.
Na comparação com 2020, último ano de disputa às prefeituras e às câmaras de vereadores, o PCdoB pode se beneficiar, agora, do novo ambiente político, dado o fim da pandemia de Covid-19 e o da gestão de Jair Bolsonaro (PL), com seu legado de destruição. Conforme a resolução, “o êxito do governo Lula e o avanço de um projeto mudancista são o terreno favorável ao fortalecimento do PCdoB e seu Programa Socialista para o Brasil”.
Para as eleições, além de “derrotar as forças de extrema-direita e direita” e de “fortalecer nosso polo democrático e popular nos municípios”, o Partido deve se preparar para lançar candidaturas mais competitivas e amplas. O objetivo é buscar a eleição de vereadores, com foco nos grandes municípios.
A construção de boas chapas majoritárias também deve estar no radar dos comunistas. Além da Federação Brasil da Esperança – que também inclui o PT e o PV –, as coligações eleitorais devem mirar a “constituição das frentes partidárias” com as legendas que integram a base de apoio ao governo Lula.
“O PCdoB, além de contribuir com esse projeto geral, tem projeto próprio e decisivo para seu papel no próximo período. É muito importante a disputa dos governos municipais, visando a 2026”, aponta a resolução. “A meta maior é eleger vereadores e vereadoras nas capitais e grandes centros políticos; para isso, diante da nova realidade da Federação, impõe-se a tática de concentração em torno da candidatura com maior condição de eleição.”
Nomes de “expressão eleitoral” têm até março para se filiar ao PCdoB e se tornarem pré-candidatos. Ao mesmo tempo, cabe às direções municipais, em especial, viabilizar “uma base material para os movimentos necessários à pré-campanha e campanha”, que precisam ser “amplas, de caráter popular e combativo”.
O documento cita elementos fundamentais para as plataformas eleitorais, como dialogar com “demandas imediatas das populações nas cidades”, fazer o “embate político ideológico contra a extrema-direita” e defender o governo Lula. “A definição das plataformas das candidaturas, do conteúdo das campanhas, deve ser feita em debate coletivo, com a participação do Partido e dos diversos setores sociais aos quais estejam ligadas”, enfatiza o PCdoB. “É preciso formular propostas concretas para traduzir o que propomos no projeto nacional de desenvolvimento em algo visível, estar nos territórios e nas redes, entregar resultados que interfiram na vida das comunidades e categorias”.
Até outubro – mês da eleição –, o PCdoB deve igualmente reforçar suas bases e ter vida ativa nas cidades. “Ao lado da disputa eleitoral, a tarefa de revigoramento partidário vai exigir novos passos de estruturação partidária nas esferas de organização, formação, finanças e comunicação”, agrega a Comissão Política.