Funcionários da ONU juntam os corpos dos mortos no ataque ao prédio da Agência de Refugiados | Foto: Abed Rahim Khatib/Anadolu Agency

Tanque da força agressora israelense disparou contra a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Médio (UNRWA, sigla em inglês) nesta quarta-feira (24). O prédio da ONU, localizado na região sul da Faixa de Gaza, Khan Younes, abrigava 800 palestinos que perderam seus lares sob o indiscriminado bombardeio israelense.

Segundo os dirigentes da entidade da ONU, o disparo assassinou nove palestinos e feriu 75. Os funcionários locais temem que este número se eleve como resultado dos ferimentos e das difíceis condições de transporte por ambulâncias e de condições hospitalares na Faixa de Gaza.

“Foram dois disparos de tanque que atingiram o prédio que, em parte, foi atingido por incêndio”, denunciou o diretor da UNRWA Thomas White.

Adnan Abu Hasna, diretor da entidade na cidade de Rafah, também denunciou o crime sem que a força israelense tenha dado qualquer aviso prévio. “Funcionários da ONU não conseguem chegar ao prédio devido “à ameaçadora presença de tanques israelenses que tornam a situação muito perigosa”.

“Tentamos coordenar com o pessoal de Khan Younes a retirada de pessoas já deslocadas, mas, infelizmente não conseguimos”, acrescentou Hasna.

“É um flagrante descaso das leis humanitárias internacionais”, disse Philippe Lazzarini, presidente da UNRWA. “O prédio é claramente marcado como unidade da ONU e suas coordenadas foram entregues às autoridades israelenses, assim como a ONU fez com todas as suas unidades”.

Até o Departamento de Estado dos EUA, costumeiro em dar respaldo a Israel, considerou, através de seu porta-voz, Vedant Patel, o ataque “incrivelmente preocupante”.

“Deploramos o ataque ao centro de treinamento da UNRWA. Civis devem ser protegidos e a natureza protegida das unidades da ONU deve ser respeitada”, disse ele.

FOGO SE ALASTRA

Israel segue em seu intenso ataque contra Khan Younis, atingindo centros médicos, entre outros. Até aqui foram registrados 660 ataques a instituições de saúde as mais diversas, aponta a Al Jazeera.

As autoridades de saúde de Gaza denunciam que, desde quarta-feira, o Complexo Médico Nasser situado em Khan Younes foi isolado por tanques que cercam os prédios com tropa que segue atirando no entorno do hospital.

Crescente Vermelho Palestino (Cruz Vermelha nos países árabes) também denuncia que o hospital Al Amal na mesma cidade está sob cerco israelense que impõe restrições de movimento tanto para entrar como para sair do hospital.

Acontece que Khan Younis foi denominada pela invasão israelense como parte da “região segura” para os palestinos na Faixa de Gaza, desde que estes saíssem da região norte, onde fica a maior cidade da Faixa, Gaza. Para Khan Younes de deslocaram centenas de milhares de palestinos no início da agressão israelense e, agora, é a cidade mais agredida de toda a Faixa.

Fonte: Papiro