Sem gramado e arquibancadas, estádio não possui capacidade para receber público | Foto: Reprodução/Twitter

O tradicional palco da festa na final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, o Pacaembu não hospedará a decisão da principal competição de base do País pelo terceiro ano seguido. O estádio foi vetado para a final do dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo. A meta era receber a final, mas as obras realizadas pela concessionária privada Allegra Pacaembu estão em atraso.

Havia uma expectativa enorme de que o Pacaembu fosse liberado para receber a decisão. Ainda na escolha dos grupos da Copinha, no fim de 2023, a Federação Paulista de Futebol (FPF) dava como certa a final no estádio.

“A Federação Paulista de Futebol, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer da Cidade de São Paulo e a Concessionária Allegra Pacaembu informam que decidiram, em comum acordo, que a final da Copa São Paulo Sicredi 2024 não será realizada no Estádio do Pacaembu”, informou a FPF em nota nesta terça-feira (16).

“A decisão foi tomada após criteriosa análise de todos os envolvidos, prezando prioritariamente pela segurança e conforto de clubes e torcedores. Conforme previsto em regulamento, a FPF observará todas as questões de segurança e critérios técnicos para anunciar oportunamente o novo local da final”, prosseguiu a entidade.

Nos dois últimos anos, com conquistas do Palmeiras, a decisão ocorreu no Allianz Parque em 2022 e no Canindé em 2023. O estádio da Portuguesa surge como uma das opções, com o Morumbi correndo por fora. Às vésperas da final da Copinha, as obras no Pacaembu seguem sem que o estádio tenha um gramado e todas as arquibancadas concluídas.

Desde dezembro, diante do andamento da reforma do estádio, havia pessimismo quanto à realização da competição no estádio. A informação foi confirmada nesta terça-feira.

A Allegra, concessionária do Pacaembu, emitiu uma nota para explicar a situação. Há a previsão de reabertura do estádio ainda neste semestre.

“A Concessionária Allegra Pacaembu informa que as obras de reforma, modernização e restauro do Complexo Pacaembu cumprem os prazos definidos em contrato. A abertura no dia 25 de Janeiro sempre foi uma opção da concessionária, não obrigação contratual. Não há atrasos. As obras seguem em ritmo acelerado e a reabertura do Complexo do Pacaembu se dará em fases ao longo do primeiro semestre de 2024”, diz a empresa.

O tradicional estádio do Pacaembu foi privatizado, entregue à iniciativa privada. A promessa de entrega do estádio era para 2022, no entanto, com atrasos relativos, a conclusão das obras ainda está sem data. Em denúncias nas redes sociais, a página Pacaembu Livre, menciona as promessas da empresa responsável pelo estádio, demonstrando o descaso com o espaço público e a falta de compromisso com o tempo.

“[…] Recebemos diariamente mensagens de pessoas entristecidas com a dilapidação do patrimônio público representada pela privatização do Complexo Esportivo do Pacaembu. É pra ficar triste mesmo. O buraco (simbólico e real) dessa privatização parece não ter fundo. Mas isso não é um problema para quem comprou o Pacaembu a preço de banana. Afinal, conseguiram transformar as ruínas de um equipamento público em business. Pra que a pressa, ó moradores da árida cidade de SP, se a família Barella está lucrando legal com a tal “Tenda Pacaembu”? Se daqui a pouco a esposa do dono do estádio lança mais uma feira de arte nos escombros do que era um bem público? É preciso frisar isso: neste momento, poucos, muito poucos estão lucrando com as ruínas do que era um bem de toda a cidade de São Paulo”, diz a página Pacaembu Livre. 

Fonte: Página 8