Ahed Tamimi quando enfrentou a corte israelense: "Não reconheço este tribunal de ocupação" | Foto: Arquivo

Entre as 240 mulheres e crianças palestinas libertadas dos cárceres israelenses em troca dos israelenses cativos, durante a breve trégua na agressão de Israel a Gaza, uma foi especialmente comemorada em Ramallah, a capital provisória palestina: Ahed Tamini, hoje com 22 anos, e que se tornou um símbolo da resistência quando, aos 16 anos, enfrentou dois soldados israelenses para impedir que eles sequestrassem seu irmão de 14 anos.

Em vão os carcereiros israelenses atrasaram, naquela quarta-feira, o máximo que puderam a saída da prisão de Ofer do ônibus com as 30 mulheres e crianças palestinas, o que o fez só chegar por volta de 2 horas da madrugada. A multidão esperou com as bandeiras palestinas, festejou, abraçou Ahed e os demais libertados.  

Ainda hoje o vídeo de Ahed dando um tapa no asqueroso agente do apartheid que invadia sua casa e tentava levar seu irmão menor, com apenas 16 anos, aquece o coração dos palestinos, depois de 75 anos do Nakba, 56 anos da tomada de Jerusalém pelos israelenses e 30 anos depois dos Acordos de Oslo e sua promessa do Estado Palestino ainda não materializada.

Um ato de enorme coragem, mas não era só o ímpeto de defender o irmão menor. Ao ser conduzida ao tribunal onde seria julgada pelo enfrentamento com os esbirros da ocupação, Ahed, em voz firme e alta, declarou: “Não reconheço este tribunal, é o tribunal da ocupação!”.

Gestos que lhe valeram oito meses de cárcere em Israel e a admiração eterna do povo palestino. Em outubro, ela voltou a ser presa, sob pretexto de uma postagem nas redes sociais. Um pretexto: a ordem de Ben-Gvir, o chefe dos pogroms contra os palestinos e ele próprio um assaltante de terra palestina, era de tentar abafar qualquer sinal de indignação, na “margem ocidental” [do rio Jordão] para com o genocídio em Gaza.

Fonte: Papiro