As acusações contra Hunter Biden se avolumam | Imagem de vídeo

Promotores federais dos EUA realizaram 9 novas acusações em ação judicial contra o filho do presidente Joe Biden, Hunter, por crimes incluindo a não apresentação e pagamento de impostos e declarações fiscais falsas ou fraudulentas, além de compras ilegais de armas, informou a mídia local citando documentos judiciais. Se condenado, ele pode pegar até 17 anos de prisão, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.

“O réu se envolveu em um esquema de quatro anos para não pagar pelo menos US$ 1,4 milhão [R$ 6,88 milhões] em impostos federais no período de 2016 a 2019”, assinala o documento apresentado em um tribunal federal na Califórnia, na quinta-feira (7). Ainda conforme o relatório, Hunter Biden teria, em algum momento, utilizado até declarações falsas.

A acusação alega que o filho de Joe Biden “gastou milhões de dólares em um estilo de vida extravagante, em vez de pagar os seus impostos”. Ele sonegou impostos enquanto recebia milhões de dólares, revela o documento.

A acusação foi conduzida pelo promotor especial David Weiss, o mesmo que já apresentou uma primeira acusação contra o filho de Joe Biden em meados deste ano por três questões relacionadas à compra e posse de armas, o que é ilegal quando se trata de uma pessoa que, como ele, é viciada em drogas, e que adquiriu em 2018.

De acordo com as acusações, Hunter Biden gastou enormes somas “em drogas, garotas de programa, hotéis luxuosos e propriedades de aluguel, carros exóticos, roupas e outros itens pessoais”. O filho de Joe Biden caracterizou grande parte dessas atividades como despesas empresariais.

As novas acusações representam um ponto de virada numa longa investigação sobre a conduta fiscal de Hunter, que estava em fase de resolução em julho passado num acordo entre os procuradores e a defesa, juntamente com outro acordo envolvendo crimes de posse ilegal de armas.

Ambos os acordos foram questionados pela avaliação de um juiz federal e, em setembro, o promotor especial David Weiss imputou a Hunter três acusações no caso de porte de arma que se somaram às fiscais.

BENEFICIÁRIO DO GOLPE DE ESTADO NA UCRÂNIA

Entre 2016 e 15 de outubro de 2020, segundo o documento Hunter Biden recebeu mais de US$ 7 milhões (R$ 34,3 milhões) em receita bruta total por ações não públicas.

O relatório também afirma que a Burisma, empresa de gás natural sediada na Ucrânia foi fonte de altas somas de corrupção. Em 2014, depois do golpe contra o presidente legítimo, Yanukovich, instalou-se no poder uma junta de feição nazista, resultado de conspiração encabeçada pelo próprio Joe Biden, então vice-presidente norte-americano. Hunter recebeu então de presente uma sinecura de assessor da empresa de gás ucraniana, Burisma, recebendo um salário de US$ 50.000.

Quando o procurador-geral da Ucrânia, Viktor Shokin, acatou denúncias de corrupção na firma ucraniana, Biden moveu céus e terras para afastá-lo e, como retribuição, Joe e Hunter receberam, em troca, US$ 5 milhões cada um. Essa investigação foi levada a cabo pelo FBI e, segundo matéria da BBC, sua documentação está arquivada sob o número FD-1023.  

A acusação também detalha as negociações comerciais de Hunter Biden com outros contatos estrangeiros. Entre 2015 e 2017, o filho do presidente norte-americano e dois parceiros de negócios dividiram um pagamento de US$ 3,1 milhões (R$ 15,23 milhões) vinculados a tentativas de ajudar um empresário romeno a contestar acusações de suborno que enfrentava no seu país de origem.

As novas acusações significam que Hunter Biden poderia, teoricamente, ser julgado duas vezes no próximo ano, no momento em que seu pai estará enfrentando a corrida pela presidência.

Fonte: Papiro