Vladimir Putin fala ao Conselho do Povo Russo | Foto: Reprodução

“Quero enfatizar que sem uma Rússia soberana e forte uma ordem mundial estável e duradoura não é possível”, afirmou o presidente Vladimir Putin, nesta terça-feira (28), conclamando os participantes do “Conselho Mundial do Povo Russo” a colocarem o país na “vanguarda da criação de um planeta mais justo”. Afinal, o momento na Ucrânia é de lutar, “não apenas pela liberdade da Rússia, mas pelo mundo inteiro”.

“Dizemos abertamente que a ditadura de uma hegemonia está decrépita, entrou em colapso, como falam, e é simplesmente perigosa para os outros. Isto já está claro para toda a maioria mundial”, ressaltou o líder, acentuando que, da mesma forma, a atual operação militar especial na Ucrânia “é, sem exagero, de natureza de libertação nacional”.

Putin agradeceu a que “muitos representantes do Conselho Mundial do Povo Russo se encontrem agora no Donbass e Novorossiya entre os voluntários e voluntárias, nas filas de unidades militares, junto com seus companheiros de armas, defendendo nossos irmãos e irmãs, milhões de pessoas em Donetsk e Lugansk, repúblicas populares, nas regiões de Kherson e Zaporozhye”. “Agradeço sinceramente aos participantes do Conselho a ajuda que prestam à frente e às famílias de nossos heróis caídos. Lutaram por nós, por nossa Pátria. Memória eterna para eles”, apontou, com todos os participantes prestando um minuto de silêncio.

“Defendemos a segurança e o bem-estar de todo o nosso povo, o mais alto direito histórico da Rússia de ser uma potência forte e independente, um país-civilização. É o nosso país, o mundo russo, como já aconteceu mais de uma vez na história. Isto bloqueou o caminho daqueles que procuram dominar o mundo”, acrescentou.

“As empresas nacionais, ao trabalharem para fortalecer a soberania, tornam-se mais fortes e mais soberanas, e tornam-se menos dependentes de todos os componentes da atual ordem mundial”

Conforme o chefe de Estado, sobram para “resolver tarefas colossais no desenvolvimento de vastos espaços desde o Oceano Pacífico até ao Báltico e ao Mar Negro. A nossa economia, a indústria, a agricultura, as novas indústrias, as indústrias criativas e as empresas nacionais devem aumentar o seu potencial”. Valorizando o esforço coordenado que frustrou “a agressão econômica sem precedentes do Ocidente e sua blitzkrieg de sanções”, Putin reforçou o papel da iniciativa produtiva.

“A Rússia aumentou o apoio ao empreendimento nacional soberano. Para isso temos agora ferramentas fundamentalmente novas. Invista na Rússia, crie empregos, desenvolva a produção, empenhe-se na formação de pessoal e então o crescimento da economia nacional resultará em novos sucessos e oportunidades para as suas empresas. As empresas nacionais, ao trabalharem para fortalecer a soberania, tornam-se mais fortes e mais soberanas, e tornam-se menos dependentes de todos os componentes da atual ordem mundial”, destacou.

De acordo com o dirigente, uma “Rússia unida, forte e soberana é capaz de garantir o desenvolvimento futuro e original tanto do povo russo como de todos os outros que viveram e vivem no país durante séculos”. Diante disso, assinalou, o país considerará qualquer intervenção externa destinada a provocar conflitos interétnicos e inter-religiosos em seu interior como agressão e reagirá à altura.

“Quero enfatizar: consideramos qualquer interferência externa, provocações com o objetivo de provocar conflitos interétnicos ou inter-religiosos como ações agressivas contra o nosso país, como uma tentativa novamente de usar na Rússia o terrorismo, o extremismo como ferramenta para lutar contra nós. Reagiremos de acordo”, apontou o chefe de Estado. “Quero enfatizar mais uma vez que qualquer tentativa de semear o ódio interétnico e inter-religioso, de dividir a nossa sociedade, é uma traição, um crime contra toda a Rússia. Não permitiremos que ninguém a reparta”, enfatizou.

“RÚSSIA NÃO SE ENQUADRA NA LÓGICA DOS RACISTAS E COLONIALISTAS”

A russofobia, da mesma forma que outras formas de racismo e neonazismo, advertiu Putin, se converteram na ideologia oficial das elites governantes ocidentais, que atuam pela fragmentação da Rússia pois não precisam de uma nação soberana, que ponha um freio aos seus abusos e atropelos. “A nossa diversidade e unidade de culturas, tradições, línguas e grupos étnicos simplesmente não se enquadram na lógica dos racistas e colonialistas ocidentais, no seu cruel esquema de total despersonalização, desunião, repressão e exploração. Novamente. Eles dizem que a Rússia é uma prisão de nações e que os próprios russos são um povo de escravos. Já ouvimos isso muitas vezes ao longo dos séculos. Também ouvimos que a Rússia, ao que parece, hoje precisa ser descolonizada. Mas na realidade, o que eles precisam? Na verdade, eles precisam desmembrar e saquear a Rússia. Isso não força o trabalho? Então você tem que semear turbulência”, rechaçou.

Liderada pelo patriarca Kirill, a Igreja Ortodoxa da Rússia deu destaque à intervenção do chefe de Estado no evento sobre “O presente e o futuro do mundo russo” ao lado de duas imagens de um antigo ícone religioso.

Fonte: Papiro