Em 10 meses, país tem queda de 4,59% nos crimes violentos letais intencionais
O Brasil registrou redução em todos os índices violência nos dez primeiros meses deste ano, conforme dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta quarta-feira (27). No caso dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) — que reúnem homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e latrocínio — a queda foi de 4,59%. E, de acordo com o MJSP, a projeção é de que até o final de dezembro, a redução seja ainda maior, chegando a cerca de 6%.
Analisando o número de mortes violentas, chega-se à perda de 71.078 vidas, média de 234 por dia, números ainda bastante altos, mas menores do que no mesmo período de 2022, quando somavam 72.715 — na comparação, a queda foi de 2,2%. As mortes violentas reúnem feminicídio, homicídio doloso, morte por intervenção policial, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, mortes no trânsito ou em decorrência dela e suicídios.
No caso específico dos homicídios, a diminuição foi de 3,26%. O feminicídio diminuiu 2,44% e o latrocínio — roubo seguido de morte — teve redução acentuada de 20,73%. O roubo de veículos também registrou queda, de 6,78%, assim como o roubo de cargas, 8,89%.
“Ao analisar os dados que agora estão disponíveis a todos os cidadãos, é possível ver que há um movimento de retomada do combate efetivo à criminalidade. Tivemos atraso nos últimos quatro anos, com uma política armamentista, irresponsável, e que não compactuamos. Em nossa visão, o Estado é quem tem que combater o crime, e estamos fazendo isso, atuando contra organizações criminosas, estruturando o Sistema Único de Segurança Pública, garantindo a segurança na Amazônia e nas fronteiras, entre outras ações”, explica o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
As informações são públicas e constam no Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública Validador de Dados Estatísticos (Sinesp-VDE), atualizado pelos estados, e compõe o SUSP (Sistema Único de Segurança Pública), criado em 2018, mas constituído, de fato, a partir deste ano. De acordo com o MJSP, a partir de agora, os dados nacionais oficiais estarão disponíveis a cada 30 dias e os indicadores serão apresentados com base no número de vítimas e não apenas de ocorrências, o que possibilita dados mais minuciosos.
O ministro da Justiça e Segurança Pública em exercício, Ricardo Cappelli, classificou a redução como positiva e “bastante expressiva para um primeiro ano” de governo. “O presidente Lula tem dito: este foi o ano da reconstrução, da reorganização das políticas públicas. No primeiro dia de governo, o presidente assinou decreto acabando com a proliferação de armas de forma irresponsável, com aquele ‘liberou geral’, com o armamentismo indiscriminado”, disse à GloboNews nesta quinta-feira (28).