Foto: Tânia Rêgo/ABr

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação, variou em alta de 0,28% em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (12). É o menor resultado para um mês de novembro desde 2018, quando o IPCA registrou deflação de 0,21%. Em novembro de 2022, a variação havia sido de 0,41%.

No acumulado deste ano, o IPCA apresenta uma alta de 4,04%, sendo abaixo do 5,13% registrados no mesmo intervalo de meses de 2022. Já nos últimos 12 meses até novembro, a inflação acumula alta de 4,68%, abaixo dos 4,82% em doze meses até outubro.

Os números do IPCA de novembro demonstram que a inflação segue sob controle, o que eleva ainda mais as pressões sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) para acelerar o ritmo de corte na taxa básica de juros (Selic), hoje em 12,25% ao ano. Os diretores do BC se reúnem nesta terça e quarta-feira (13) para definir os rumos da Selic.

Somadas as últimas três reuniões, o colegiado realizou apenas corte de 1,5 pontos percentuais na taxa Selic, que pouco interferiu na taxa de juros real brasileira, que segue entre as maiores do mundo. O juro real consiste na taxa Selic subtraída da inflação prevista para os próximos 12 meses. Na prática, ao manter a taxa nominal alta com a inflação em baixa, o BC está elevando os juros reais.

O resultado do IPCA de novembro veio ligeiramente abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetava uma alta de 0,28% na taxa, segundo a mediana das projeções de 39 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data. Segundo o Boletim Focus do BC, o mercado prevê que a inflação deve ficar em 4,51% no encerramento deste ano, com uma Selic em 11,75%.

Em novembro, seis dos nove grupos pesquisados pelo IBGE registraram alta: Alimentação e bebidas (0,63%); Habitação (0,48%); Transportes (0,27%); Despesas pessoais (0,58%); Saúde e cuidados pessoais (0,08%); e Educação (0,02%). No caso dos combustíveis (-1,58%), foram verificadas quedas nos preços da gasolina (-1,69%) e do etanol (-1,86%).

Por outro lado, Vestuário (-0,35%), Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação(-0,50%) registraram deflação no mês passado.

A alimentação, Habitação e Transportes foram os grupos que mais influenciaram no resultado do indicador geral, contribuindo com um impacto de 0,13 p.p., 0,07 p.p. e 0,06 p.p., respectivamente. Os destaques para alta dos preços em novembro ficaram para a alimentação no domicílio que subiu 0,75%, da energia elétrica residencial que aumentou 1,07% e dos preços da passagem aérea que avançaram 19,12%.

Fonte: Página 8