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No mês de junho desse ano a agência de classificação de risco (rating) Standard & Poor’s (S&P) havia elevado a perspectiva sobre a nota de crédito brasileira de estável para positiva, o que significava que o país poderia ter, efetivamente, a nota de crédito elevada nos próximos dois anos.

No entanto, em menos de seis meses após este anúncio o Brasil já teve a nota de crédito elevada, em um prazo mais curto do que foi estipulado. Na terça-feira (19), a S&P elevou a posição do país de nota BB- para BB, abaixo por duas categorias do chamado ‘grau de investimento’ – situação que garante para os investidores que o país não corre risco de dívida pública.

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Esta foi a primeira vez em 12 anos que Standard & Poor’s elevou a nota brasileira. Entre 2008 e 2014, durante os governos Lula e Dilma, o Brasil esteve na categoria de grau de investimento, sendo de BBB- em 2008, 2009, 2010 e 2014 e de BBB, uma categoria acima, entre 2011 e 2013, pela S&P. Em 2011 ocorreu a última elevação pela agência, desde então foram sucessivas quedas que rebaixaram o país ao grau especulativo em 2015.

Segundo a nota da S&P, a melhoria do rating do Brasil está conectado à aprovação da reforma tributária, no entanto a agência manteve como estável a perspectiva sobre a elevação da nota para os próximos anos devido ao que que chamou de “progresso lento” no enfrentamento dos desequilíbrios fiscais e projeções econômicas.

Agora o Brasil consta nas três principais agências de risco, a S&P (BB), a Fitch (BB) e a Moody’s (Ba2), dois degraus abaixo do grau de investimento.

Fazenda e Tesouro Nacional

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou o fato e disse que este é o ponto alto da trajetória iniciada com a reforma tributária.

“Eu penso que S&P estava aguardando o desfecho das reformas que foram propostas pelo Congresso. Preciso salientar que quando há harmonia entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário se unem em torno de uma causa, para colocar ordem nas contas, garantir orçamento, garantir os programas sociais… quando o país tem um projeto, as agências percebem que há coordenação em torno de objetivo maior e a reforma tributária realmente foi o ponto alto dessa trajetória”, disse o ministro para jornalistas.

A modificação positiva do rating da S&P foi alvo de nota do Tesouro Nacional que reiterou o compromisso com a agenda de reformas em curso que visam o desenvolvimento econômico e social: “O Ministério da Fazenda reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”, trouxe o comunicado.

Agências de classificação

O trabalho das agências de classificação de risco visa oferecer uma perspectiva sobre o grau de confiança que investidores tem sobre um país. Dessa forma, as notas de crédito representam a referência geral sobre os títulos públicos nacionais. Estar na categoria grau de investimento indica a confiabilidade de que a dívida pública (o dinheiro pego para pagar o déficit público) será paga. Quanto mais alto o grau de investimento, maior confiabilidade.

Já os que constam em grau especulativo apresentam, segundo às agências, maior chance de calote na dívida pública. Quando menor a classificação, maior o risco para os investidores.

A mesma lógica para a classificação de economias nacionais é utilizada para classificar empresas que emitem títulos no mercado financeiro.

Portanto, estar bem ranqueado nessas agências atrai investidores internacionais com melhores ofertas.