Bolsa Família é o programa mais importante para a economia
A pesquisa semestral “Observatório Febraban (Federação Brasileira de Bancos)”, divulgada na segunda-feira (18), indicou que o “Bolsa Família” está em primeiro lugar entre os programas mais importantes para a economia brasileira nas últimas décadas, apontado por 26% dos entrevistados. Em segundo lugar aparecer o Plano Real (23%) e em terceiro a abertura da economia para o comércio internacional (15%).
O estudo foi encomendado ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), que realizou 3 mil entrevistas telefônicas entre de 3 a 9 de dezembro com representantes de todas as regiões do país. A margem de erro é de 1.8 pontos percentuais para mais ou para menos e tem intervalo de confiança de 95,5%.
Conforme traz o levantamento: “A menção ao Bolsa Família é maior entre as mulheres (29%); na faixa de 18 a 24 anos (33%); entre os que estudaram até o fundamental (34%) e na faixa de renda até 2 SM (35%). Por sua vez, a menção ao Plano Real é maior entre os homens (26%, contra 19% entre as mulheres); na faixa de 45 a 59 anos (29%, contra 12% entre os mais jovens); entre os que têm formação universitária (34%, contra 16% entre os que estudaram até o fundamental); e no segmento de renda acima de 5 SM (33%, contra 14% entre os que têm renda até 2 SM).”
20 anos de Bolsa Família
Enquanto o Plano Real completará 30 anos em 2024, o Bolsa Família completou 20 anos no último mês de outubro.
Apontado como o principal programa entre os mais importantes para economia brasileira, de acordo com a pesquisa Febraban/Ipespe, o Bolsa Família foi criado pelo presidente Lula em seu primeiro governo para combater a pobreza por meio da garantia de renda, situação que fortalece o acesso a direitos básicos, como saúde, educação e moradia.
Entre 2003 e agosto desse ano foram repassados pelo Bolsa Família para a população brasileira R$ 853,19 bilhões, valor atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Isto o faz ser considerado o maior programa de transferência de renda em todo o mundo.
Em 2023, o programa terminará o ano com o alcance recorde de 21,06 milhões de famílias e um investimento de R$ 14,25 bilhões (dezembro).
Importância econômica
Desde o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, o Bolsa Família foi paulatinamente desestruturado, até chegar ao ponto de ser substituído no governo Bolsonaro.
Com o retorno de Lula ao poder neste ano, o programa foi retomado com o valor mínimo de R$ 600 por família e valor extra de R$150 por crianças de zero a seis anos, além de outros adicionais que podem ocorrer para gestantes, crianças e adolescentes.
Este fundamental incremento financeiro na vida de muitos brasileiros ainda tem importância direta na economia dos munícipios.
De acordo com estudo Banco Mundial (Bird), o Bolsa Família é responsável por impulsionar o comércio local. O estudo revela que dois terços dos gastos entre os beneficiários do programa social são realizados em lojas formais, sendo que 54% são realizados com serviços.
Com base neste estudo, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) ressalta que “o programa tem impacto de 2,16% no Produto Interno Bruto (PIB) das regiões com famílias contempladas”.
O MDS ainda evidencia que nos 20 anos de existência do Bolsa Família, 64% dos beneficiários conseguiram deixar o Cadastro Único (que dá acesso ao programa), o que demonstra o sucesso direto na evolução socioeconômica da população brasileira.