O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (12) que as operações de crédito dos bancos públicos federais – o BNDES, a Caixa e o Banco do Brasil – não têm precedentes na economia brasileira. Em 2023, as três instituições já financiaram, juntas, R$ 56,4 bilhões em melhorias no emprego e na infraestrutura nos estados e municípios.

O volume de recursos corresponde ao período de janeiro a outubro. Ainda assim, somente nestes dez meses sob a gestão Lula, foi investido mais do que em quatro anos do governo Jair Bolsonaro (PL). A mudança de paradigma foi ressaltada por Lula e exaltada pelos gestores presentes.

“É para isso que existem bancos públicos – para fazer aquilo que muitas vezes a iniciativa privada não quer fazer”, afirmou o presidente da República, no começo da tarde, durante anúncio das novas linhas de financiamento público os estados. A solenidade ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília.

Lula defendeu a postura republicana do governo federal, que não discrimina os partidos políticos dos governantes estaduais e municipais. “Prefeito não é bandido, governador não é bandido. Se ele estiver com as contas em dia, tem direito de ir ao banco, pedir financiamento – e o banco financiar”, destacou.

Em momento descontraído da cerimônia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freiras (Republicanos), se surpreendeu ao ser chamado para falar em nome dos gestores estaduais. Mesmo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio brincou com Lula e elogiou o apoio da União.

“O presidente Lula me escolheu porque estou levando o maior cheque. Deve ser por isso”, disse o governador, em meio a risos do público. “Mas, de fato, a gente fica muito satisfeito de ver esses projetos viabilizados, e o PAC é um instrumento para isso: projetos importantes para todos os estados que estão aqui presentes, para realização da COP, para infraestrutura do Mato Grosso do Sul, o saneamento lá no Ceará. Resta aqui, por dever e justiça, fazer nosso agradecimento a essa liberação.”

Em resposta a Tarcísio, Lula reafirmou que seu governo vai “tratar todo mundo com muito respeito, muita cidadania”. Para o presidente, atender a governadores e prefeitos que, como ele, foram eleitos democraticamente “é uma coisa muito sagrada”.

Dos R$ 56,4 bilhões originários dos bancos públicos, R$ 15 bi foram para projetos de saneamento, R$ 13,2 bi para mobilidade e R$ 10,1 bi para infraestrutura urbana. Essas foram as três áreas mais contempladas.

Conforme o ministro da Casa Civil, Rui Costa, os empréstimos ocorreram “dentro da absoluta margem de segurança fiscal e financeira que os estados podem contrair. Esse volume de investimento vai se transformar em 2024 em compra de cimento, de bloco, de ferro, de equipamentos, de escolas – de um volume de aquisições que vai dinamizar várias cadeias produtivas”.