Sindicato dos Correios a Biden: “não use nossos dólares de impostos para guerra” na Palestina | Foto: Lake Fong - via AP

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios dos Estados Unidos (APWU, na sigla em inglês) se tornou na quarta-feira (8) o maior sindicato norte-americano a pedir um cessar-fogo na Faixa de Gaza, juntando-se a uma crescente mobilização do movimento sindical nos EUA contra a carnificina promovida por Israel no enclave palestino. O sindicato representa mais de 200.000 funcionários do Serviço Postal dos EUA e é o maior sindicato do país a assumir claramente esse posicionamento.

“Juntamo-nos aos apelos por um cessar-fogo imediato, a libertação de reféns e a necessidade urgente de ajuda humanitária maciça ao povo de Gaza”, afirma o comunicado do sindicato, assinado pelo presidente da APWU, Mark Dimondstein, pela vice Debby Szeredy e pela secretária-tesoureira Elizabeth Powell.

“Mais de 10.000 civis inocentes, incluindo 4.000 crianças, foram mortos pela campanha de bombardeios implacável e indiscriminada em Gaza. Israel interrompeu o fluxo de alimentos, água, combustível e suprimentos médicos para a Faixa de Gaza, um crime de guerra. Uma catástrofe humanitária se desenrola todos os dias em Gaza. Milhares de civis inocentes podem morrer com mortes totalmente evitáveis.”

“Como um sindicato que defende a igualdade, a justiça social, os direitos humanos e trabalhistas e a solidariedade internacional, nos unimos a sindicatos e pessoas de boa vontade em todo o mundo em apelos por justiça e paz”, disse a APWU.

O sindicato pediu ao presidente Biden que “use todo o seu poder” como “principal benfeitor estrangeiro” de Israel para “ajudar a trazer a paz na região, e não usar nossos dólares de impostos para mais guerra”.

Chamou, ainda, a pôr fim ao derramamento de sangue e começar a enfrentar a terrível crise humanitária de Gaza, como exige o “clamor da humanidade”.

Anteriormente, o United Electrical, Radio, and Machine Workers of America, que não faz parte da AFL-CIO, emitiu um “apelo trabalhista por um cessar-fogo imediato em Israel e na Palestina” e pediu que “todos os membros do sindicato” assinassem.

“Nós, membros do movimento operário americano, lamentamos a perda de vidas em Israel e na Palestina”, diz a petição, assinada por 14 sindicatos até agora. “Expressamos nossa solidariedade a todos os trabalhadores e nosso desejo comum de paz na Palestina e em Israel, e pedimos ao presidente Joe Biden e ao Congresso que pressionem por um cessar-fogo imediato e pelo fim do cerco a Gaza. Não podemos bombardear o nosso caminho para a paz. Também condenamos quaisquer crimes de ódio contra muçulmanos, judeus ou qualquer outra pessoa.”

A APWU é o primeiro sindicato nacional afiliado à AFL-CIO a endossar publicamente um cessar-fogo em Gaza. Segundo o portal Common Dreams, a AFL-CIO permanece em silêncio sobre a matança em Gaza e “trabalha para enquadrar os sindicatos membros que estão se manifestando”. Conforme o New York Times, a questão já foi levada no mês passado ao comitê executivo da central, mas foi contida.

Fonte: Papiro