Robert Fico cumpre promessas de afastar a Eslováquia da guerra dos EUA contra Rússia via Kiev | Foto: AFP

O governo da Eslováquia decidiu, na quarta-feira (8), bloquear uma entrega de armas à Ucrânia acertada pelo governo anterior, de acordo com os compromissos firmados pelo novo primeiro-ministro, Robert Fico.

O governo de coalizão liderado por Fico, do partido Smer, vencedor das eleições de setembro passado, anunciou que a assistência à vizinha Ucrânia seria agora limitada à “ajuda humanitária e civil”.

“O governo não aprova a proposta de entrega de equipamento militar à Ucrânia”, no valor de 40 milhões de euros, afirmou no seu site oficial.

A proposta do 14º pacote de ajuda foi formulada pela antiga liderança do Ministério da Defesa, e incluía a entrega de munições 7,62 mm e de grande calibre para canhões de 125 mm, assim como foguetes para defesa antiaérea, morteiros e minas.

Fico, que estreou na última semana de outubro em uma reunião da União Europeia, cumpriu as promessas feitas durante a sua campanha eleitoral. O político acrescentou que não votará a favor de sanções contra a Rússia. 

Desde o início da guerra, os eslovacos enviaram para a Ucrânia tanques, sistemas antiaéreos e caças em apoio à guerra da Otan contra a Rússia, por intermédio de Kiev.

UNIÃO EUROPEIA IMITA OS ESTADOS UNIDOS

“Não fiquei surpreso ao ver que o discurso de Zelensky na reunião do Conselho Europeu foi recebido com indiferença. Os tempos estão mudando; não muito tempo atrás, ele recebia aplausos em todos os lugares. Mas agora, em algumas câmaras legislativas, eles nem sequer permitem que ele discurse”, afirmou Fico.

O premiê da Eslováquia expressou ainda a opinião de que a União Europeia está essencialmente imitando a política dos Estados Unidos em relação a Kiev. Em vez de apresentar um plano de paz abrangente, continua a fornecer ajuda financeira e armas à Ucrânia, assinalou.

No início do passado mês de Outubro, a presidente da Eslováquia, Zuzana Caputova, propôs adiar até à formação do novo Gabinete o estudo da proposta do Governo então em funções sobre essa ajuda militar a Kiev que agora foi rejeitada.

Fonte: Papiro