Ministra Luciana Santos, durante cerimônia de retomada da Ceitec | Foto: Gabriel Oliveira

O governo brasileiro retomou oficialmente as operações do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), empresa brasileira especializada na produção de semicondutores, que estava paralisada há três anos, desde que foi colocada em processo de liquidação pelo governo Bolsonaro.

A cerimônia foi realizada na sede da companhia em Porto Alegre, nesta terça-feira (14), e conduzida pela ministra titular da pasta, Luciana Santos.

A Ceitec é vinculada ao MCTI e especializada na produção de semicondutores para as áreas de identificação animal, veicular e logística, teve revertido na semana passada seu processo de liquidação, após ter sido paralisada em julho de 2020, sob o governo de Jair Bolsonaro. O Decreto nº 11.478, de 6 de abril de 2023, autorizou a reversão da liquidação da empresa e estabeleceu a retomada operacional.

“A Ceitec reúne as condições para o desenvolvimento e a fabricação de dispositivos que atendam aos desafios globais, como o da transição energética, fornecendo insumos para painéis fotovoltaicos, veículos elétricos e híbridos”, disse Luciana durante o evento.

Segundo a ministra, com essa decisão, o governo viabiliza o reingresso da Ceitec no mercado e reafirma o reconhecimento da empresa no contexto das políticas públicas para o setor de semicondutores e de componentes avançados. 

Para Luciana, a Ceitec é uma oportunidade para o Brasil dominar o conhecimento científico, tecnológico e produtivo que poucos países do mundo possuem em um setor estratégico. 

“Com recursos humanos altamente qualificados e sofisticada infraestrutura, a Ceitec tem capacidade para operar diferentes rotas tecnológicas, inclusive alinhadas às políticas de inovação e de reindustrialização em novas bases”, ressaltou.

De acordo com a ministra, bancos e ainda seis “grandes parceiros” já procuraram a Ceitec para obter acordos, especialmente nas áreas de energia renovável e automotiva, por meio da eletrificação. “Sabemos que a inserção altiva do Brasil nas cadeias globais de maior valor agregado depende da superação do atraso produtivo e tecnológico, e isto faz com que tenhamos de ter necessariamente um apoio do poder público”, destacou ela, acrescentando que a meta é alcançar 7% do mercado latino-americano após sete anos de produção.

Luciana ainda comentou que já estão sendo alocados recursos no Orçamento de 2024 para investimentos na fábrica. “Enquanto quiser o presidente Lula, não vai haver interrupção desta situação. Ele está muito entusiasmado, compreendendo o significado e a importância estratégica deste local”. O governo prevê alocar cerca de R$ 500 milhões para o projeto da retomada, do qual metade deste valor está na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2024.

Fonte: Página 8