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O apagão causado pela concessionária privada Enel em São Paulo gerou revolta da população. Mais de 2 milhões de consumidores foram prejudicados desde a tarde de sexta-feira (3)e, até está terça-feira (7), cerca de 300 mil residências estão sem energia elétrica.

Na Avenida Paulista lideranças políticas criticaram na tarde de segunda-feira(6) a morosidade e descaso da Enel Distribuidora com a população de São Paulo. 

O ato contra a Enel reuniu entidades sindicais, como a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), de Mulheres, a exemplo da UMB/CMB, partidos Políticos (PCdoB e PSOL), parlamentares, como a vereadora Sílvia (PSOL) e representantes dos deputados Orlando Silva e Leci Brandão.

“A maior cidade do país, há 4 dias, com mais de um milhão de pessoas usando velas e lamparinas, por irresponsabilidade da Enel e dos governos Tarcísio e Ricardo Nunes, que jogam a culpa em São Pedro” criticou o presidente Municipal do PCdoB em São Paulo e ex-deputado estadual Alcides Amazonas.

A ex-vereadora da capital paulista e liderança do movimento de mulheres, Lídia Correa, criticou o descaso da concessionária com a população.

“O ato é uma demonstração de que a sociedade está reagindo. Todos denunciaram o descaso da Enel, que deixou mais de 1 milhão de paulistas e paulistanos sem luz porque a Enel deixou demitiu mão de obra qualificada, deixou de fazer manutenção na rede, investimentos, mas cobra tarifas abusivas, com serviços precários, que culminou nessa situação”, disse Lídia.

“Todos denunciaram essa situação e cobraram do prefeito e do governador, que efetivamente tomassem providências para que a Enel corrigisse isso imediatamente e que faça o ressarcimento para as famílias, que perderam tudo esses dias, por conta de produtos que precisam manter refrigerados, famílias que precisam de aparelhos (médicos) que teve o serviço interrompido. Um caos!”, ressaltou a ex-vereadora.

Cerca de 320 mil imóveis continuam sem luz no estado de São Paulo. Só na capital, mais de 185 mil residências ainda continuam às escuras. Com isso, já são mais de 90 horas que a população paulista sofre com a falta do serviço que foi interrompido desde sexta-feira (3) em função das fortes chuvas e raios que derrubaram árvores, atingindo postes e cabos de energia. 

“Chuva, ventos e raios temos todos os anos, ocorre que, a iniciativa privada só pensa no lucro, fizeram muitas demissões e não conseguem fazer os reparos em tempo hábil”, denunciou Alcides. 

Durante o protesto, palavras de ordem como “Abaixo as privatizações, foram Enel!”, foram proferidas pelos manifestantes. “Não podemos ficar calados. Vamos denunciar os culpados e esse modelo que deixa o país e o Estado vulneráveis diante de qualquer anormalidade”, disseram os participantes. 

Enquanto a população pena, a privada Enel, responsável pelo abastecimento, não consegue normalizar os serviços e pôr fim ao caos que afeta a população, o que faz cair por terra o “mar de rosas” que os ultraliberais alardeiam sobre a privatização. E ainda mais de um serviço essencial como o de fornecimento de energia.

“A demora no restabelecimento da energia na cidade de São Paulo deixa claro o desinvestimento das empresas de energia em manutenção. Isso se deveu à privatização do setor elétrico. Deve ser exemplo para a não privatização da Sabesp”, alertou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. 

Desde 2019 a concessionária Enel já cortou 36% dos funcionários da ex-estatal de distribuição de energia de São Paulo, enquanto o volume de clientes atendidos pela distribuidora cresceu 7% na região metropolitana, sem contar a falta de investimentos que afetam o funcionamento dos serviços. 

Hoje é um funcionário para atender 511 clientes, entre residências e empresas, independentemente do número de ocupantes. Em 2019, um empregado atuava para atender 307 clientes.

Fonte: Página 8