Parlamento sul-africano aprovou moção pela suspensão de relações com Israel | Foto: GCIS/Flickr

O Parlamento da África do Sul aprovou, na terça-feira (21), uma moção pedindo que o governo do país rompa relações diplomáticas com Israel por conta do apartheid e do genocídio que o agressor perpetra contra os palestinos.

O documento, apresentado pelo partido Combatentes da Liberdade Econômica (EFF) no dia 16 de novembro, teve o apoio de 248 parlamentares, enquanto 91 foram contra.

O partido do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, o Congresso Nacional Africano (CNA) também apoiou a moção. O texto pede que a embaixada de Israel na África do Sul seja fechada até que os direitos humanos passem a ser respeitados, promovidos e protegidos na Palestina.

“ISRAEL É REGIME DE APARTHEID”

O líder do EFF, Julius Malema, defendeu o fim das “relações diplomáticas com o brutal regime de apartheid de Israel”.

Malema denunciou que Israel declarou guerra “contra crianças, hospitais, ambulâncias, jornalistas e uma campanha geral para varrer os palestinos da face da Terra”.

“Apelamos a todo o mundo para isolar Israel através de boicote, desinvestimento e sanções até que ponham fim à sua ocupação militar e permitam aos refugiados palestinos em países vizinhos, como o Líbano e a Síria, o direito de regresso”, continuou.

“Não há nada de antissemita em se opor à injustiça, especialmente ao apartheid. O sionismo não é igual ao judaísmo. Ninguém deve manipular as escrituras da Bíblia ou da Torá para promover a limpeza étnica, o racismo e o assassinato em massa de pessoas”.

A vice-ministra de Relações Internacionais, Candith Mashego-Dlamini, esteve no Parlamento e participou da discussão. Apesar de entender que “há mérito” no pedido, disse que o governo ainda está discutindo a medida.

“A África do Sul não pode ter relações normais com Israel enquanto Israel estiver cometendo crimes de guerra e genocídio contra os palestinos, tiver a intenção de retirá-los das suas terras e não estiver disposto a negociar um plano de paz viável sem condições prévias”.

Antes da votação ocorrer no Parlamento sul-africano, Israel chamou de volta seu embaixador, Eliav Belotserkovsky, para consultas.

Fonte: Papiro