Momento da explosão com a qual as forças israelenses destruíram o parlamento palestino | Vídeo

O prédio do Parlamento palestino na cidade de Gaza, já ocupado pelo invasor desde segunda-feira (13), foi explodido na quarta-feira (15) pelos israelenses, no que o primeiro-ministro e comandante-em-chefe do genocídio, Benjamin Netanyahu, disse provar “não haver nenhum lugar em Gaza que não possamos alcançar”.

A única coisa que a demolição do prédio do parlamento mostrou é que, em sua sanha, o regime israelense não quer admitir qualquer limite para sua psicopatia, já que os poderes institucionais de qualquer povo costumam ser minimamente respeitados, inclusive para evitar que as próprias instituições do outro lado sejam, também, alvo.

Uma norma mínima de civilidade que, para Netanyahu, é um empecilho incômodo a ser esmagado.

Aliás, no centro do império, esse tipo de exibicionismo também é muito apreciado, como visto com os esbirros de W. Bush derrubando uma estátua do presidente iraquiano Saddam Hussein, de forma entusiasticamente exposta mundo afora, ao vivo, pela CNN.

Coincidentemente, a explosão do parlamento palestino de Gaza foi no dia em que, pela primeira vez, o Conselho de Segurança da ONU conseguiu emitir uma resolução, colocando algum – ainda que débil – freio à barbárie.

Como de costume, Israel se pretende acima e além da lei internacional, inclusive da jurisprudência de Nuremberg, por direito supostamente divino, cuja escolta armada – e financiamento – são os EUA que garantem.

Como o prédio não tinha nenhuma serventia militar, foi só um gesto de arrogância e pusilanimidade. Aliás, em 2009, o prédio já havia sido bombardeado por Israel, durante a Operação Chumbo Derretido, que foi uma espécie de prévia do que está atualmente em curso.

Antes da explosão botar o prédio abaixo, o próprio vídeo o mostra bastante danificado pelas bombas israelenses.

Como lembrou recentemente o jornalista norte-americano Patrick Lawrence, isso é parte, também, do hábito israelense de desproporcionalidade na resposta, que, segundo ele, começou já com Ben Gurion. O que faz lembrar também de Richard Nixon, durante a agressão ao Vietnã, que defendia a teoria do “cão doido”.

Assim, não basta a lei de talião, olho por olho, dente por dente, que em algum momento distante já foi visto como um avanço civilizatório.

Incorporando os ensinamentos das SS – algum tipo de ‘síndrome de Estocolmo’? -, o que vale para o regime israelense é “1.000 olhos seus, por um único olho meu”, de que se tornou exímio perpetrador nos últimos 56 anos.

Aliás, o parlamento não é “do Hamas”, é palestino. Se processos intrapalestinos têm se deparado com caminhos tortuosos, também é público e notório a ingerência de Israel e dos EUA, apostando no ‘dividir para reinar’, para tentar inviabilizar o Estado Palestino.

Assim, a explosão do prédio do parlamento – repetidamente exposta nas redes sociais pelo establishment israelense -, apenas aprofunda o repúdio que, nas ruas, no mundo inteiro, se vê à barbárie e à limpeza étnica.

Como nos cartazes mostrados por manifestantes, judeus inclusive, diante da Casa Branca, ou nas praças de costa a costa: “matar crianças é direito de defesa?”; “Nunca, novamente, é agora”; e “Nunca, novamente, inclui todos – também os palestinos”.

Fonte: Papiro