Soldado usa o palestino Sameh Amira como escudo em invasão a domicílios em Nablus | Foto: Guardian

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostrou os militares israelenses usando um detento palestino como escudo humano no sul da Cisjordânia ocupada, afirmou a agência de notícias turca Anadolu.

O detido vendado é visto sentado no chão, com veículos militares atrás dele usando-o como escudo, e um soldado israelense apontando seu fuzil em direção a um grupo de palestinos.

Testemunhas oculares relataram à Anadolu que o incidente ocorreu na madrugada de sexta-feira no campo de refugiados de Fawwar, perto de Hebron, no sul da Cisjordânia ocupada.

Usando a mesma prática que já foi diversas vezes denunciada antes, do uso de palestinos como escudos para ataques na Cisjordânia, as tropas de ocupação israelenses invadiram o campo de refugiados, prendendo vários indivíduos, provocando confrontos com dezenas de palestinos, disseram as testemunhas.

A organização israelense B’Tselem já denunciou a brutalidade em várias ocasiões, a exemplo da utilização do palestino Sameh Amira em invasão a domicílios em Nablus em 2007.

A organização Justice For All apresentou denúncia sobre a barbárie em maio deste ano.

O Ministério das Relações Externas palestino chamou também a atenção para o aumento das provocações da ocupação contra os palestinos na Cisjordânia. Na segunda-feira (13), na cidade de Hebron, no sul da Cisjordânia ocupada, um taxista na casa dos 50 anos foi morto por disparos feitos por soldados israelenses. A agência de notícias Shihab, sediada na Palestina, identificou o morto como Isa Ali Abdulmunim.

Também em Hebron, assaltantes de terra israelenses, que se autodenominam de “colonos”, invadiram uma escola em uma aldeia palestina da área. As imagens da provocação, que foram divulgadas nas redes sociais e suscitaram reações, foram gravadas por um civil palestino que resistiu aos invasores.

De acordo com as imagens e com a organização israelense de defesa dos direitos humanos Yesh Din, que as partilhou, dois colonos israelenses encapuçados, munidos de espingardas M16 de fabricação norte-americana e envergando uniformes militares invadiram a escola Tuvani, na zona de Mesafir Yatta.

Um palestino desarmado que se encontrava na escola foi visto reagindo aos provocadores.

A Autoridade Palestina divulgou declaração em que responsabilizou o primeiro-ministro Netanyahu e seu ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir pelas provocações.

Na Cisjordânia, pelo menos 173 palestinos foram mortos por disparos das tropas israelenses desde 7 de outubro e outros 2.300 ficaram feridos, segundo as agências de notícias, enquanto o número de presos foi multiplicado e se aproxima de 1.000.

Fonte: Papiro