A Ponte de Manhattan parou por três horas pelo "cessar-fogo" e em apoio à vida dos palestinos | Foto: Reprodução

Manifestantes judeus estadunidenses e ativistas pró-palestinos fecharam a Ponte de Manhattan em Nova Iorque, neste domingo (26), para exigir o fim imediato dos bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza. Erguendo faixas “Deixem Gaza viver!” e entoando “Cessar-fogo, não ao genocídio!” e “Ô presidente Biden escolhe um lado!”, integrantes do grupo Voz Judaica pela Paz (JVP) defenderam que a trégua se estenda para um cessar-fogo.

Ao longo de um dos dias de maior atividade turística do ano nos EUA – quando as pessoas voltam para casa no fim de semana do feriado de Ação de Graças -, cerca de 1.500 ativistas, somados a rabinos, pastores e judeus nova-iorquinos – paralisaram a travessia da ponte. Sentados uns ao lado dos outros, eles bloquearam a entrada de Manhattan para a ponte, que liga a Canal Street, em Lower Manhattan, ao centro do Brooklyn.

Uma faixa denunciando os bombardeios israelenses foi pendurada na ponte sobre o East River e um ativista escalou a fachada de pedra do arco, pendurando a bandeira palestina.

O bloqueio ao tráfego fez repercutir o clamor contrário à política belicista de Biden, que vem dando sustentação ao morticínio perpetrado pelo governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

“Precisávamos continuar a levantar a voz e a falar porque há milhares de palestinos que estão sob os escombros neste momento”, declarou Jay Saper, membro da Voz Judaica pela Paz, durante o ato.

“Sentimos que tínhamos defendido o nosso ponto de vista”, disse Elena Stein, diretora de estratégia organizacional do JVP, frisando “que o mundo inteiro está dizendo: deixem o povo de Gaza viver”. Sobre a atividade romper com a lógica rotineira, Stein assegurou que outras virão com a mesma contundência. “Estamos aqui para dizer que não haverá nada ‘como sempre’ nas estações ferroviárias, nas empresas ou no salão do Congresso até que os Estados Unidos exijam um cessar-fogo completo agora”, assegurou.

CLAMOR MUNDIAL PELO FIM DOS BOMBARDEIOS

“Sabemos que a situação não pode continuar como está enquanto o governo dos EUA continuar financiando e alimentando ataques genocidas contra os palestinos de Gaza”, ressaltou um porta-voz do JVP, Jay Saper, sublinhando a necessidade de que “sejam tomadas medidas massivas para ajudar a gerar um clamor internacional que possa parar permanentemente os bombardeios”.

Saper acredita que a prorrogação de dois dias anunciada na pausa da ação militar israelense nesta segunda-feira (27) foi um sinal de que os protestos massivos que se estendem pelo planeta estão sendo eficazes.

A multiplicação dos protestos, ponderou Saper, tornaram impossível ao governo estadunidense ignorar as sondagens que apontam que a maioria dos americanos deseja um cessar-fogo permanente. “Continuamos a nos organizar de maneira histórica: fechamos a Grand Central Station, provocando a maior prisão em massa por desobediência civil que a cidade já viu em duas décadas, um dos maiores protestos em massa no Congresso, e assumimos o controle da estátua da Liberdade”, comemorou.

“Devido a uma manifestação, a Ponte de Manhattan está fechada nos dois sentidos. Se possível, use rotas alternativas”, informou a polícia de Nova Iorque, reconhecendo o êxito do protesto, que iniciou às 14 horas e foi encerrado às 15:30h. Vários manifestantes foram presos.

Fonte: Papiro