Brasília (DF), 23/11/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instala a Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Comissão Nacional do G20 foi instalada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (23), em solenidade no Palácio do Planalto que contou com a participação dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, do Banco Central, Roberto Campos Neto e de ministros.

A representação brasileira assume a presidência do grupo, que reúne as 20 maiores economias do mundo, em 1º de dezembro em mandato que dura até 30 de novembro de 2024. É a primeira vez que o Brasil assume o posto do grupo, criado em 1999.

No ato, Lula reiterou os pontos tratados na “Cúpula Virtual do G20” de como será a liderança do país, com foco no combate às desigualdades, pobreza e à fome, além de cuidar de projetos voltados para uma economia baseada na sustentabilidade e com olhar para as mudanças climáticas.

“Essa transição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que nós não tivemos no século XX. De mostrarmos ao mundo que quem quiser utilizar a energia verde para produzir aquilo que é necessário para a humanidade, o Brasil é o porto seguro para que as pessoas possam fazer os seus investimentos”, apontou.

Na ocasião o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou a oportunidade única que o Brasil tem com tal responsabilidade. “A presidência brasileira do G20 será uma ocasião ímpar para projetar imagem renovada do Brasil e apresentar a visão de liderança em termos de cooperação internacional e debate das grandes questões econômicas e sociais. Será, portanto, uma das principais prioridades da política externa brasileira ao longo dos próximos 12 meses”, destacou Vieira.

Governança

O presidente ainda destacou a importância de se alterar mecanismos de governança global para que sejam mais fidedignos às necessidades atuais, principalmente dos países pobres e em desenvolvimento, com participação no Conselho de Segurança das Nações Unidas e melhores condições de financiamento junto ao Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Se não houver rediscussão de como fazer financiamento para os países pobres, a gente não vai ter solução, os ricos vão continuar ricos, os pobres para vão continuar pobres e quem tá com fome vai continuar com fome”, disse Lula.

Comissão Nacional do G20

Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência Brasileira do G20 tem a participação dos 39 órgãos da Administração Federal (ministérios e secretarias, além do Banco Central e da Assessoria Especial do Presidente da República). A solenidade marca a última etapa de preparação antes de o país assumir de fato o posto em substituição à Índia.

A agenda de trabalho será organizada e implementada no formato de troika, em que o Brasil exerce o seu mandato com apoio direto do país que o antecedeu (Índia) e o próximo que irá assumir, que será a África do Sul.

A Comissão é composta por um Comitê Técnico dividido entre um coordenador da Trilha de Sherpas (o Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores na relação com os líderes do G20) e um coordenador da Trilha de Finanças (o Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda nos debates e nas negociações econômicas e financeiras do grupo).

No período em que a representação nacional estiver à frente do grupo já existe o indicativo de mais de 100 reuniões oficiais pelo país, incluindo ministérios, eventos e encontros bilaterais. Em 13 de dezembro, o presidente Lula receberá em Brasília líderes econômicos e políticos do grupo.