Brasil supera projeção do mercado e tem saldo de 190 mil vagas de emprego
No mês de outubro, o país teve um saldo positivo de 190.336 postos de trabalho com carteira assinada, salto de 18,76% em relação a 2022. Em todo ano até agora, foram geradas 1.784.695 vagas de emprego. Os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nesta terça-feira (28).
O saldo obtido no mês passado é resultante de 1.941.281 admissões e 1.750.915 desligamentos, com a maioria dos empregos formais criados principalmente no setor de serviços (109.939) e no comércio (49.647).
Segundo informado durante a coletiva de imprensa em que as informações foram apresentadas, o mês ficou entre os seis melhores outubros da série histórica desde 2002. Além disso, conforme apontado, os números indicam que será possível alcançar ou ficar muito próximo à meta de 2 milhões de empregos gerados neste ano, projetada pelo governo.
O número de vagas verificado em outubro foi superior ao estimado pelo mercado, conforme dito pela pasta. As projeções, segundo o Valor Data, do jornal Valor Econômico, ficavam entre 100 mil e 175 mil.
Segmentação dos dados
O saldo foi positivo foi registrado em cinco grupamentos econômicos, bem como nas 27 Unidades da Federação. O maior crescimento foi no setor de serviços, com um saldo de 109.939 postos, com destaque para informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com mais de 65 mil empregos.
A segunda maior geração ocorreu no comércio, com 49.647 postos de trabalho gerados no mês, principalmente no comércio varejista de mercadorias, com predominância para de supermercados (+6.307 e Hipermercados (+1.925), além dos artigos de vestuário +5.026).
A indústria teve o terceiro maior crescimento do emprego no mês, com saldo positivo de quase 21 mil 20.954 postos, com destaque para o setor de fabricação de açúcar em bruto (+1.500) e fabricação de móveis, com saldo de +1.330.
A construção civil teve saldo positivo de 11.480 empregos e a agropecuária, o único setor que gerou saldo negativo, perdeu 1.656 empregos no mês.
Entre os estados, tiveram o maior saldo São Paulo, com geração de 69.442 postos (+0,5%); Rio de Janeiro, geração de 18.803 postos (+0,5%) e Paraná, com saldo positivo de 14.945 postos (+0,5%).
Conforme o MTE, o salário médio de admissão em outubro foi de R$ 2.029, apresentando estabilidade com pequeno decréscimo de 0,3% em comparação com o valor de setembro (R$ 2.034). Em relação ao mesmo mês do ano passado, o ganho real foi de R$ 16,34, crescimento de 0,8%.
Em outubro, o saldo ficou positivo para as mulheres, geração de 90.696 postos e para também para os homens (99.671). Para os pardos, a geração foi de 110.240, para brancos (64.660), pretos (22.300), amarelos (15.395) e indígenas (652). No que se refere às Pessoas com Deficiência, o saldo positivo foi de 1.699 postos de trabalho no mês.
Desoneração da folha
Questionado sobre o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, o ministro Luiz Marinho afirmou não ter “nada contra desoneração”, mas disse não acreditar em desoneração setorial.
“É preciso pensar o peso da carga tributária na produção, no consumo, na folha de pagamento. Mas é preciso pensar também na receita do Estado para manter e fazer crescer as políticas públicas existentes e as que precisam ser implantadas. E isso se resolve não na desoneração de setores da economia, mas na reforma tributária”, defendeu.
Marinho ponderou que o Congresso “está concretizando um plano de reforma tributária e acho que é um contrassenso falar de desoneração de setores. É preciso, na reforma tributária, buscar planejar de tal forma que traga solução para o conjunto da economia”. Para o ministro, “desoneração só de alguns setores não gera empregos, como alguns defendem. O que gera emprego é a economia crescendo de forma perene”.
Mensagem publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira (23) para justificar o veto do presidente da República aponta que “a proposição legislativa padece de vício de inconstitucionalidade e contraria o interesse público, tendo em vista que cria renúncia de receita sem apresentar demonstrativo de impacto orçamentário-financeiro para o ano corrente e os dois seguintes, com memória de cálculo, e sem indicar as medidas de compensação”.
O projeto apresentado previa que os setores beneficiados pagassem para a Previdência Social entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta, até 2027, ao invés de 20% sobre a folha salarial. Para 2023, a Receita Federal estimou em R$ 9,4 bilhões o valor que o governo deixará de arrecadar com a renúncia.
Com informações do MTE