Joseph Couri, presidente do Simpi | Foto: Divulgação

O presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, adverte que “os empresários continuam bastante preocupados com a questão dos juros, porque eles veem piora no quadro macroeconômico, e 10% das empresas correm o risco de fechar nos próximos meses”.

Couri enfatiza que a redução dos juros pelo Banco Central de agosto até agora não teve reflexos na ponta. “A redução da taxa Selic não chegou ainda para os tomadores de crédito. Não existe empréstimo a 13,75%, e, muito menos, a 12,25% ao ano”, ressaltou.

“Quem quer investir precisa tomar crédito com juros de 40%, 50%, até 80% ao ano, o que inviabiliza qualquer negócio e aprofunda o cenário de poucas perspectivas para o setor”, lamentou Couri.

O presidente do Simpi repercute em sua fala os dados de agosto e setembro da pesquisa Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, produzida mensalmente pelo sindicato através do Instituto Datafolha, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, de Brasília.

Do total de entrevistados, 45% disseram que têm capital insuficiente para giro e estão endividados. Para 43%, a principal dificuldade para obter financiamento está nas altas taxas de juros. Outros 27% responderam que a falta de crédito é a principal dificuldade.

Para 33% dos empresários o quadro vai piorar, dado superior aos 26% registrados entre junho e julho

A avaliação geral da situação econômica do país, pela pesquisa, foi negativa e passou de 38% para 45%, dado que influenciou para o recuo no Índice de Satisfação Macroeconômica das micro e pequenas indústrias, de 101 para 99 pontos. O indicador varia de 0 a 200 pontos. Mais de 100 é uma percepção positiva, ao contrário, negativa.

A inadimplência na média do setor é 29%, entre agosto e setembro, de acordo com o Simpi, e reflete também em grande medida, a redução da oferta de crédito aos próprios clientes do setor, inclusive a recente de inadimplência de grandes empresas.

Pelos números da pesquisa, as dificuldades para obtenção de crédito e os juros influenciaram a taxa de investimento que recuou de 17% para 13% no período, menor patamar da série. E, apenas 7% dos entrevistados informaram que realizaram algum investimento entre agosto e setembro na compra de máquinas e equipamentos, abaixo dos 11% contabilizados no bimestre junho/julho.

O levantamento entrevistou 707 responsáveis por micro e pequenas indústrias nacionais entre os dias 11 e 31 de setembro. A margem de erro é de 4 pontos percentuais.

Fonte: Página 8