Sul-africanos se manifestam diante da embaixada de Israel em Pretória | Foto: Reprodução

Em solidariedade ao povo palestino, o governo da África do Sul, decidiu retirar diplomatas que atuam em Israel ao tempo em que denunciam os crimes de guerra israelenses contra a população civil – cerca de 40% crianças – na Faixa de Gaza, afirmando que “é genocídio”.

Chile, Colômbia, Honduras, Jordânia e Bahrein adotaram medidas similares em repúdio ao massacre e demais medidas agressivas contra o povo palestino. Já Bolívia optou pelo corte de relações diplomáticas com Israel.

Nesta segunda-feira (6), o ministro-chefe do Gabinete Presidencial sul-africano, Khumbudzo Ntshavheni, anunciou que seu país “retira todos os seus diplomatas sediados em Tel Aviv”.

“O Gabinete também notou os contínuos comentários depreciativos do embaixador israelense na África do Sul sobre aqueles que se opõem às atrocidades e ao genocídio do governo israelense”, disse Ntshavheni, frisando que o papel do embaixador “está se tornando muito insustentável”. “Um genocídio sob a vigilância da comunidade internacional não pode ser tolerado”, enfatizou.

Os comentários racistas do embaixador israelense Eliav Belotserkovsky no país africano têm sido repugnantes e constantes na mídia local ao longo das últimas semanas. Em contraponto aos atropelos israelenses, foi relembrada a célebre frase de Nelson Mandela: “a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos palestinos”.

O parlamento sul-africano aprovou uma resolução para reduzir seus laços com Israel em função do morticínio provocado. “É um crime de guerra Israel atacar diretamente civis palestinos em hospitais, ambulâncias, escolas, prédios e em seus carros particulares”, ressaltou o Ministério das Relações Exteriores, para quem é necessário um “cessar-fogo imediato”.

Ao mesmo tempo, manifestando sua “indignação” com o genocídio, o presidente do Chade determinou o retorno do encarregado de negócios do país. A presidência assinalou que “condena a perda de vidas humanas de muitos civis inocentes e apela a um cessar-fogo que conduza a uma solução duradoura para a questão palestina”.

O governo de Bahrein rompeu os laços econômicos com Tel Aviv, conforme anunciado pelo parlamento do país, que convocou o seu embaixador em Israel, que teve de retirar o seu diplomata da capital Manama, suspendendo as relações comerciais entre as nações. “É uma confirmação de posição sólida e histórica do Bahrein em apoio à causa palestina e aos direitos legítimos do povo palestino”, sublinhou o parlamento.

Na mesma linha, os governos dos presidentes Gustavo Petro, da Colômbia; de Xiomara Castro de Zelaya, de Honduras; e de Gabriel Boric, do Chile decidiram retirar seus representantes diplomáticos de Israel.

“A Secretaria de Relações Exteriores comunica à população hondurenha e aos meios de comunicação nacionais e internacionais, diante do genocídio e da grave situação de violação ao direito internacional humanitário – bem como da violação ao essencial direito à vida vivenciada pela população civil palestina, vítima inocente da vingança de Israel contra o Hamas – que Honduras condena energicamente o genocídio e as graves violações ao direito internacional humanitário que está sofrendo a população civil palestina na Faixa de Gaza. Isso constitui um crime contra a humanidade”, reitera o comunicado.

BOLÍVIA CONDENA “CRIMES DE GUERRA”

O governo boliviano determinou o rompimento das relações diplomáticas com Israel já na última terça-feira (31) pelos “crimes de guerra e lesa-humanidade” cometidos pelo governo de Netanyahu contra o povo palestino na Faixa de Gaza. A Bolívia também defendeu “a cessação do bloqueio que impede a entrada de alimentos, água e outros elementos essenciais à vida, violando o direito internacional e o direito humanitário internacional”.

Em reunião com o embaixador da Palestina, Mahmoud Elalwani, o presidente Luis Arce Catacora sublinhou “rejeitar os crimes de guerra cometidos em Gaza”. “Apoiamos iniciativas internacionais para garantir a ajuda humanitária, em conformidade com o direito internacional. Não podemos permanecer calados e continuar permitindo o sofrimento dos palestinos, especialmente dos meninos e meninas que têm o direito de viver em paz”, ressaltou Arce, citando, entre outros crimes deploráveis, o bombardeio israelense a hospitais.

“Apelamos ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para que evite o genocídio do povo palestino e para que encontre uma solução definitiva para a Palestina exercer o seu direito à autodeterminação, ao seu território sem ocupações ilegais e consolide o seu livre e independente Estado”, acrescentou.

Gaza ficaria sem eletricidade, alimentos e combustíveis e ‘justificando com’ ”estamos lutando contra animais humanos e agiremos de acordo”.

“Era isso que os nazistas diziam dos judeus”, declarou Gustavo Petro, que acrescentou: “se deixarmos que isso prossiga teremos um novo holocausto”.

Em resposta Israel suspendeu exportações de armas à Colômbia e a porta-voz do governo de Netanyahu, Lior Hayat, chamou as declarações de Petro de “hostis e antissemitas”.

O presidente colombiano disse ainda que o país não apoia genocídio e que o momento exige do povo de Israel “ajuda para a paz na Colômbia, na Palestina e no mundo”.

Na segunda-feira (16), foi a vez do ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, pedir publicamente ao embaixador israelense no país, Gali Dagan, que se desculpe com o presidente colombiano Gustavo Petro, pelo bem das relações diplomáticas entre os países.

Fonte: Papiro