Marcha pelo 106º aniversário da Revolução Russa depositou flores no Mausoléu de Lenin | Foto: Reprodução

O 106º aniversário da Revolução Russa foi comemorado em Moscou em uma manifestação encabeçada pelo presidente do Partido Comunista da Federação Russa, Gennady Ziuganov, que se deteve no monumento a Karl Marx na Praça do Teatro, para seguir até o Mausoléu de Lenin, junto ao Kremlin, onde depositaram flores.

“Parabenizamos vocês por esta data gloriosa”, disse Ziuganov, que acrescentou que em 7 de novembro de 1917 ocorreu a Grande Revolução Socialista de Outubro.

“Em 8 de novembro de 1917, no Segundo Congresso dos Sovietes, foi formado o governo soviético, chefiado por Lenin. Este governo mostrou ao mundo inteiro o que é a luta pela verdadeira soberania.”

Ele lembrou também o “7 de novembro de 1941, em que houve um desfile lendário na Praça Vermelha”, com os nazistas às portas de Moscou. “A modernização Lenin-Stalin salvou o nosso país e a nossa soberania”, ele sublinhou.

“Lenin lançou as bases de uma nova política planejada, da qual a Rússia moderna ainda hoje se orgulha. Lenin baseou-se na descoberta de Marx e Engels de que a derrota do capitalismo e o advento do socialismo eram inevitáveis.”

Antes, Ziuganov fizera uma menção ao escritor Alexander Prokhanov e sua pergunta no Fórum de Valdai ao presidente Vladimir Putin: “o que você vê como a grandeza da Rússia?”.

Tendo como resposta de Putin que vê a grandeza da Rússia na sua soberania, que se baseia na autossuficiência nos domínios da economia, finanças, alta tecnologia, ciência e segurança.

“Concordo com esta avaliação do Presidente”, disse Ziuganov aos presentes. “A este respeito, gostaria de salientar que 7 de novembro é o nosso principal dia, o dia que salvou a soberania russa. Restaurou não só a autossuficiência, mas também deu um exemplo de como é possível construir um novo Estado em condições de emergência, onde os principais valores eram o trabalho, a amizade dos povos, a justiça e a verdadeira soberania.”

Ziuganov enfatizou que o 7 de novembro “é uma data sagrada na história da Rússia.” Ele lembrou que foi em 7 de novembro de 1612 que as milícias de Minin e Pozharsky libertaram o Kremlin de Moscou.

“Isso não aconteceu em 4 de novembro [data instituída por Yeltsin]. Não há necessidade de mentir na história. Foi no dia 7 de novembro que foram expulsos do Kremlin os polacos, os lituanos, os mosqueteiros franceses e os legionários alemães. A milícia era chefiada pelo Conselho de Todas as Terras Russas. Foi o Conselho que mostrou que em momentos difíceis a Rússia é capaz de se unir.”

Ziuganov convocou o primeiro-ministro Mikhail Mishustin a divulgar entre seus ministros, para que os estudem, os documentos históricos que mostram como a revolução conseguiu elevar um país exangue e desintegrado “às alturas de maio de 1945 e à conquista do espaço.”

“Estabelecemos o poder soviético de forma pacífica. A Grande Revolução de Outubro tornou-se a revolução mais pacífica. A Entente iniciou a guerra civil. Quatorze estados burgueses invadiram nosso território. Eles vieram para estrangular o jovem governo soviético.”

A propósito – ele acrescentou -, “os mesmos países desencadearam hoje um massacre na verdadeira Ucrânia”.

“Um Exército Vermelho de quatro milhões de homens foi criado do zero, o que dividiu a matilha estrangeira e seus parasitas – os Guardas Brancos. E hoje ainda são inaugurados monumentos àqueles que venderam a Rússia naquela época.”

“Se eu fosse o Conselho de Segurança, realizaria agora uma reunião especial sobre o tema: como Vladimir Lenin resolveu a questão da formação do zero de um poderoso Exército Vermelho de quatro milhões de homens, que dividiu todo esse bando de parasitas – os Guardas Brancos.”

“Assim, em 1941, foi em 7 de novembro que Joseph Stalin realizou um desfile na Praça Vermelha, que acabou sendo o fator mais poderoso a influenciar o estado moral e político de todas as tropas e do povo soviético.”

“O lendário comandante Georgy Zhukov disse: ‘Sim, os momentos mais memoráveis ​​​​da guerra para mim foram: o discurso de Joseph Stalin no início de julho de 1941, quando disse “irmãos e irmãs, nossa causa é justa, a vitória será nossa!”, esse lendário desfile de 7 de novembro, do qual partiram 28 mil soldados para defender Moscou, e os fogos de artifício em homenagem à derrota dos nazistas no Bolsão de Oryol-Kursk.’”

Ziuganov assinalou que a guerra que nos é hoje declarada “exige verdadeira soberania, quando é necessário dominar as tecnologias mais recentes e mostrar os melhores exemplos de trabalho. A guerra exige a experiência mais singular que o país soviético possuía: são as empresas estatais que hoje apresentam os melhores resultados.”

“Então hoje celebramos um grande feriado. Quero que nosso governo aprenda definitivamente com Vladimir Ilyich Lenin a capacidade de pensar, planejar, determinar uma estratégia e, ao mesmo tempo, construir táticas de forma clara e competente.”

“De kerenoks, que foram trocados torcendo-os na mão, a um rublo de ouro – em cinco anos. De um império em colapso a um estado unificado – em cinco anos. Da indústria paralisada ao plano GOELRO – em cinco anos. E Joseph Stalin, guiado por esses ideais, construiu 9.000 das melhores fábricas da época em dez anos.”

“Para estudar, para unir a sociedade tanto quanto possível, para mobilizar recursos – em dois meses, mil e quinhentas empresas e 10 milhões de cidadãos foram transferidos através do Volga, novas fábricas e centros foram construídos ao longo da Ferrovia Transiberiana até o Extremo Oriente, o que salvou o nosso exército, fornecendo-lhe tudo o que é necessário.”

Precisamos tirar tudo de melhor do outubro vitorioso, ele convocou. “Hoje, a modernização leninista-stalinista e o marxismo inspiram todas as grandes pessoas do planeta. A China, contando com isto, está construindo o socialismo com características chinesas, mostrando que o Marxismo-Leninismo é a base dos seus novos sucessos, demonstrando o ritmo mais elevado a todos.”

Na época soviética – sublinhou Ziuganov -, “durante trinta anos a taxa era de 14%, os chineses mostravam 10%. Hoje, para cumprir a mensagem do presidente [Putin], precisamos atingir a taxa mundial, e não 3%, e não estagnar em torno de 1-1,5% e alegrar-se com 2%.”

“Se o nosso orçamento de desenvolvimento fosse aprovado, estaria pronto. Este é um orçamento que permite concentrar ao máximo os recursos e direcioná-los para os objetivos principais. Temos 570 bilhões de dólares em ouro e reservas cambiais, 13,5 trilhões de rublos no Fundo de Assistência Social.”

A oligarquia roubou 261 bilhões de dólares do nosso país no ano passado e continua a roubar, advertiu o presidente do PCFR. “Some tudo e você terá três orçamentos!”.

Então – acrescentou – todos serão apoiados: crianças, idosos e empresas nacionais, e as questões de cultura, ciência e educação serão resolvidas. Então você produzirá máquinas, mecanismos. Ele criticou ainda a alta dos juros básicos para 15%.

Para Ziuganov, foi em 1991 o maior crime de Ieltsin e de toda essa camarilha que continua tais experimentos, “quando o país soviético foi traído e enormes recursos foram direcionados para apoiar o globalismo americano”.

Essa gente – alertou – continua a bombear capital e recursos gigantescos para fora do país. “Exorto o presidente a tomar todas as medidas necessárias contra esta situação e a unir a sociedade tanto quanto possível.”

“Apoiamos a luta contra o nazismo, o fascismo e Bandera”, reiterou Ziuganov. “Só os comunistas mostraram como o nazismo e o fascismo poderiam ser derrotados em 1945, só as forças patrióticas populares desde o primeiro dia exigiram uma ação decisiva contra o domínio de Bandera na Ucrânia.”

Ele concluiu apontando que o Programa da Vitória dos comunistas russos, seu orçamento de desenvolvimento, a experiência única de empresas nacionais, a experiência da Grande Revolução de Outubro e da modernização Lenin-Stalin “são hoje mais buscados do que nunca”.

“Estamos confiantes de que sob a bandeira vermelha de Lenin – a bandeira de Outubro – a bandeira da Vitória, derrotaremos mais uma vez os nazistas, os fascistas, o banderaísmo e a quinta coluna. A vitória será nossa!”

Em sua mensagem ao povo russo, o PCFR apontou a União Soviética como “o orgulho dos povos, a esperança dos trabalhadores do mundo”, chamou a “limpar a pátria do veneno do anti-sovietismo”, reiterou que o socialismo “é paz, justiça social e trabalho livre” e que a nova industrialização é “uma garantia da capacidade de defesa”, convocando, ainda a “acabar com a reforma previdenciária predatória”.

Fonte: Papiro