Manifestações ocorreram durante os 120 dias de greve | Foto: Robyn Beck/AFP

Nesta quinta-feira (9), após 120 dias de paralisação, os atores de cinema e televisão de Hollywood encerraram com vitória sua mobilização por aumento salarial e direitos. Isso significa que pela primeira vez em mais de seis meses, nem atores, nem escritores estarão em greve.

Conforme o manifestado na quarta-feira (8) à noite pelos dirigentes dos Sindicato de cinema (Screen Actors Guild) e da televisão (American Federation of Television and Radio Artists), “são pontos pelos quais nossos membros podem estar orgulhosos: quando os trabalhadores estão unidos, ganham”. “Dissemos que só aceitaríamos um acordo justo, equitativo e respeitoso, e é precisamente isso que este acordo é. Acho que nossos membros, à medida que pudermos divulgar mais detalhes, olharão para eles e dirão: isso é algo pelo qual vale a pena lutar”, comemorou Duncan Crabtree-Ireland, membro da executiva do Sindicato e negociador.

Os dados do acordo, ainda a ser ratificado pela categoria, ainda não foram divulgados.

Mais de 60 mil membros do SAG-AFTRA entraram em greve em 14 de julho, juntando-se a roteiristas que haviam deixado seus empregos há mais de dois meses. Isso provocou um completo esvaziamento dos sets de filmagem, campanhas de divulgação dos filmes, premiações e outros eventos do mercado de entretenimento. Foi a primeira vez que os dois sindicatos paralisaram conjuntamente desde 1960. Os estúdios e escritores chegaram a um acordo que encerrou a greve em 26 de setembro.

Avaliado em mais de um bilhão de dólares, conforme o Sindicato, o acordo inclui aumentos nos pagamentos mínimos aos atores, uma maior proporção dos ingressos por transmissão aos artistas, um reforço dos planos de benefícios e proteções contra o uso ilimitado de inteligência artificial na recriação de atuações. Os detalhes dos termos serão informados após uma reunião nesta sexta-feira (10).

Segundo Duncan, “as capacidades das ferramentas de IA expandiram-se dramaticamente e por isso nos concentramos realmente em garantir que as barreiras de segurança que negociamos fossem preparadas para o futuro, ou ao menos resistentes para o futuro”.

A Aliança de Produtores de Cinema e Televisão, que colocou executivos da Disney, Netflix, Warner Bros, Discovery e Universal na outra ponta da mesa de negociação, disse que o “acordo representa um novo paradigma”, pois dá ao Sindicato “os maiores lucros contratuais da sua história”.

A paralisação dos roteiristas teve efeitos imediatos e visíveis para os telespectadores, incluindo a suspensão de meses de programas de entrevistas. Já o impacto da ausência dos atores terá efeitos cascata, indo de atrasos nas datas de lançamento à espera por novas temporadas de programas, que poderão ser sentidos por meses ou até anos.

Entre outros filmes em produção, projeto de grandes bilheterias como “Gladiador 2” e “Mortal Kombat 2”, precisaram suspender suas filmagens.

Fonte: Papiro