O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou para a gravidade da situação que envolve a vida de 120 bebês que estão em incubadoras na Faixa de Gaza. À medida que se esgota o combustível que alimenta os geradores de energia elétrica, maior o risco para os prematuros.

Conforme apontado pelo porta-voz da instituição, Jonathan Crickx, “há atualmente 120 recém-nascidos em incubadoras, 70 deles em ventilação mecânica e, claro, estamos muito preocupados”.

A situação é mais um duro reflexo humanitário do cerco total imposto por Israel ao território após a ofensiva do Hamas. Em quinze dias de ataques, ao menos 1.524 crianças e adolescentes palestinos foram mortos na região, o que corresponde a 46,7% do total de 3.265 vítimas dessa faixa etária desde o ano de 2000. 

As informações foram obtidas pela Folha de S.Paulo a partir de cruzamento dos registros feitos pela B’Tselem, organização israelense de direitos humanos, com as informações de mortes recentes divulgadas pela Ocha, agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. 

Quadro alarmante

A situação geral da região é gravíssima, sobretudo na área da saúde. Nesta sexta-feira (20), o diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom, criticou a ordem de evacuação do hospital Al-Quds, em Gaza, pelo exército de Israel. O local abriga 400 pacientes e mais de 12 mil pessoas que ficaram desabrigadas por conta dos bombardeios israelenses.

“Como a OMS destacou repetidamente, é impossível para estes hospitais superlotados evacuarem os pacientes com segurança. Eles devem ser autorizados a desempenhar suas funções de socorro. Eles devem ser protegidos”, declarou, pelas redes sociais. 

Até o momento, mais de seis mil pessoas morreram no conflito entre Israel e Hamas. Segundo o Ministério da Saúde do Estado da Palestina, o conflito deixou 4.651 mortos e 14.245 feridos na Faixa de Gaza. Em Israel, são 1,4 mil mortos, a maioria no ataque de 7 de outubro.   

Conforme relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado no sábado (21), mais de 18 mil pessoas foram feridas, sendo a maioria de palestinos. Mais de 1 milhão de pessoas tiveram que deixar as próprias casas por conta do conflito. 

Neste sábado (21), 20 caminhões com ajuda humanitária aos palestinos saíram do Egito. Mas, segundo a ONU são necessários ao menos cem caminhões por dia para dar conta das necessidades da população local. 

Com agências

(PL)