Sala do hospital pediátrico Al Durrah, de Gaza, bombardeado por Israel | Foto: Palestine Chronicle

Sob os impactos combinados dos brutais bombardeios aéreos e do iníquo corte de combustível e remédios pelo cerco total israelense ao enclave, o sistema médico de Gaza começou a “entrar em colapso”, advertiu na quinta-feira (12) o Ministério da Saúde palestino, com o total de feridos ultrapassando os 6.200 e os leitos de UTI “já lotados”.

“Os hospitais em Gaza correm o risco de se transformarem em necrotérios”, denunciou por sua vez a Cruz Vermelha Internacional, sob o ataque por terra, ar e mar de Israel.

 “À medida que Gaza perde energia, incluindo os hospitais, estão em risco os recém-nascidos em incubadoras e os pacientes idosos em oxigênio”, disse Fabrizio Carboni, diretor para o Oriente Médio da Cruz Vermelha Internacional. “A diálise renal é interrompida e os raios X não podem ser realizados.”

Segundo ele, as equipes da Cruz Vermelha “estão testemunhando um nível de destruição” que excede “as escaladas anteriores”. “A miséria humana causada por esta escalada é abominável e imploro às partes que reduzam o sofrimento dos civis”, acrescentou.

Nos bombardeios israelenses sequer hospitais e ambulâncias são poupados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 13 hospitais e clínicas foram danificados.

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS) – o equivalente nos países muçulmanos à Cruz Vermelha – disse que os ataques aéreos israelenses mataram quatro de seus paramédicos “em menos de meia hora” na quarta-feira, apesar das ambulâncias que os transportavam portarem identificação clara e da “coordenação prévia”.

O Crescente Vermelho exigiu a “responsabilização por este crime de guerra, apelando à investigação imediata e justiça para as vítimas”. “Ter como alvo o pessoal médico é uma grave violação do direito humanitário internacional e da humanidade”, afirmou em comunicado.

Adnan Abu Hasna, porta-voz da Agência da ONU para os refugiados palestinos disse ao jornal britânico Financial Times que os hospitais estão usando geradores, “mas têm suprimentos limitados de combustível que acabarão em breve”, acrescentou.

A situação em Gaza “é catastrófica”, ele sublinhou, apontando que os deslocados já são “cerca de 500 mil pessoas” após “distritos inteiros serem bombardeados”. Há cerca de 250 mil nas escolas da UNRWA e o resto está abrigado noutros locais, acrescentou.

Situação cada vez mais terrível no terreno em Gaza que faz com que aumente o clamor por, no mínimo, um cessar-fogo temporário para permitir a entrada de ajuda humanitária.

Fonte: Papiro