Gaza destroçada: Organizações inglesas exigem "fim às violações dos direitos humanos" | Foto: Wafa

74 organizações inglesas lançaram um manifesto cobrando do primeiro-ministro, Rishi Sunak, ação em favor de um “cessar-fogo imediato” para deter a violação israelense dos direitos humanos na Faixa de Gaza.

“O primeiro-ministro do Reino Unido deve ajudar urgentemente a garantir um cessar-fogo e defender as responsabilidades do Reino Unido para garantir o cumprimento do direito humanitário internacional, para evitar uma nova escalada e mais vidas perdidas. Deve agir agora para evitar um conflito regional mais amplo”, afirma o documento.

Entre as organizações estão os Médicos Sem Fronteiras, ActionAid, Oxfam, Bond, HealthProm, Christian Aid, Islamic Relief e Save the Children.

No documento, destacam a “terrível explosão do Hospital al-Ahli al-Arabi, em Gaza”, que “deve servir de alerta à comunidade internacional. Instamos os líderes globais a apelar a um cessar-fogo imediato”.

No bombardeio de Israel contra o hospital, cerca de 500 civis morreram.

Para as organizações inglesas e internacionais, sem o cessar-fogo “não poderá haver acesso humanitário seguro que permita às ONGs e às agências humanitárias levar urgentemente alimentos, água potável e fornecimentos médicos para Gaza”.

“Os civis, especialmente as mulheres, os jovens e os idosos, e as pessoas com deficiência, já estão sofrendo as consequências desta crise trágica e crescente e devem poder deslocar-se para locais seguros e ser protegidos onde quer que estejam”, argumentam.

No atual cenário, os civis não podem deixar a Faixa de Gaza e a ajuda humanitária não pode entrar porque Israel está bombardeando a passagem de Rafah, que liga o território ao Egito. Além disso, cortou o fornecimento de água e energia.

“Por último, apelamos aos agentes internacionais para que encontrem uma solução a longo prazo, sustentável, justa e pacífica para todas as pessoas em toda a região”, completa o manifesto.

Presidindo o Conselho de Segurança da ONU, o Brasil apresentou uma proposta de resolução que pedia um cessar-fogo. Apesar dos 12 votos favoráveis, os Estados Unidos vetaram, de forma unilateral, o texto.

Para o chefe-executivo da Oxfam da Grã-Bretanha, “o mundo deve intervir para parar a violência. Não é tarde para salvar aqueles que estão vivos, mas temendo pelo pior”.

“Milhões de pessoas em Gaza estão em uma situação de desespero, famílias estão se abrigando em locais com condições inadequadas e sem água”.

“Os líderes do Reino Unido e do mundo precisam de fazer tudo o que puderem para garantir um cessar-fogo imediato, para garantir que a água, a energia e o combustível estejam disponíveis para satisfazer as necessidades humanas e para permitir a entrada de ajuda humanitária, para que possamos evitar que muito mais vidas sejam perdidas”, assinalou.

A CEO da ActionAid na Inglaterra, Halima Begum, destacou que “qualquer ataque a infra-estruturas civis, incluindo hospitais e escolas, a tomada de reféns e o bloqueio da ajuda humanitária representam uma potencial violação grave do direito humanitário internacional e agravam a já terrível situação humanitária”.

Fonte: Papiro