Caminhões aguardam para entrar em Gaza sob cerco | Vídeo

“Não há cessar-fogo”: uma negativa de uma linha, desde o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na manhã dessa segunda-feira, 16. A recusa foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shrouky.

Também um porta-voz do Hamas, Izzat El Reshiq, disse à agência de notícias Reuters que a passagem de fronteira em Rafah entre o Egito e Gaza permanece fechada.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, fontes dos serviços de segurança egípcios chegaram a dizer às agências humanitárias e aos jornalistas que havia sido alcançado um acordo para que a passagem de Rafah fosse aberta às 9h desta segunda-feira, por um prazo de cinco horas

Com Gaza sem água, eletricidade, combustível, comida ou remédios, e sob as bombas de Israel, avizinha-se uma catástrofe humanitária no enclave palestino, com mais de dois milhões de palestinos ameaçados por uma “segunda Nakba”, a limpeza étnica sob terrorismo em massa cometido pelas forças de ocupação.  

A agência humanitária da ONU, Unrwa, advertiu que um milhão de pessoas foram deslocadas de suas casas nos nove dias desde a incursão do Hamas.  Já o Ministério da Saúde palestino disse que 2.329 palestinos – dos quais, 1050 crianças – foram mortos em Gaza. São quase 11 mil os feridos.

Com fontes israelenses relatando ao premiado jornalista Seymour Hersh sobre um “enfoque Leningrado” para a invasão de Gaza, nos últimos dias caminhões com suprimentos humanitários se aglomeraram no Egito nas imediações da passagem de fronteira, à espera de entrar no enclave sitiado e bombardeado para poder aliviar a fome e sede que grassa.

Há relatos, segundo o Guardian, de que alguns caminhões da ONU que transportavam petróleo foram autorizados a entrar em Gaza vindos do Egito na manhã de segunda-feira, mas a passagem permaneceu fechada. “Nenhum alimento, nada desse tipo”, disse uma fonte humanitária. “Ninguém consegue chegar perto dessa fronteira.”

No mundo inteiro, manifestações repudiaram o genocídio anunciado por Israel em Gaza, de Nova York a Londres, de Paris a Sidney, de Rabat a Jacarta.

No fim de semana, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse que a campanha de bombardeamento de Israel tinha ido “além do âmbito da autodefesa” e chamou a “pôr fim à punição coletiva do povo de Gaza”. 70 civis palestinos, que tentavam atender a ordem de Israel de “evacuação” para o sul de Gaza foram mortos por bombardeios israelenses no meio do caminho.

BRASILEIROS SEGUEM SITIADOS EM GAZA

O governo de Israel recusou na manhã de segunda-feira (16) a abertura de um corredor humanitário que permitisse o deslocamento dos brasileiros que aguardam no sul de Gaza sua passagem através da fronteira com o Egito.

28 brasileiros aguardam para serem repatriados; 16 em Rafah e 12 em Khan Yunis, ambas cidades no sul de Gaza. Uma aeronave modelo VC-2, disponibilizada pela Presidência da República, aguarda autorização em Roma, na Itália, para ir ao país africano.

No domingo, o conselheiro especial da presidência brasileira para relações externas, Celso Amorim, observara que o Brasil depende de um acordo entre Israel, Estados Unidos e Egito para um corredor humanitário que possibilite a saída dos brasileiros de Gaza.

Segundo a CNN, o avião que irá resgatar os brasileiros só vai decolar, quando houver a confirmação de que o grupo conseguiu atravessar a fronteira.

O tempo estimado de voo de Roma ao Cairo é de três horas. Já o deslocamento por terra dos brasileiros, da fronteira até o aeroporto do Cairo, pode levar cerca de sete horas. Segundo o Itamaraty, veículos contratados estão a postos para fazer o trajeto assim que a passagem de Rafah for aberta.

Fonte: Papiro