Aeroporto de Damasco ficou fora de operação | Foto: Reprodução

Um ataque aéreo israelense aos dois principais aeroportos da Síria deixou uma pessoa morta e outra ferida e os colocou temporariamente fora de operação, registrou a agência síria de notícias Sana. A agência, que citou fontes oficiais e militares sírias, “por volta das 05h25 de domingo (22), o inimigo israelense realizou simultaneamente um ato aéreo de agressão com ondas de mísseis vindos da direção do Mar Mediterrâneo a oeste de Latakia e da direção do Golã sírio ocupado, visando os aeroportos internacionais de Damasco e Aleppo”.

O ataque israelense matou um funcionário do Departamento de Meteorologia do Aeroporto Internacional de Damasco e forçou o redirecionamento de todos os voos de e para Damasco e Aleppo para o Aeroporto Internacional de Lattakia. No início da semana passada, a Força Aérea Israelense já havia atacado os dois aeroportos, Damasco e Aleppo.

Em um incidente separado, segundo o jornal Times of Israel, tropas israelenses dispararam artilharia e morteiros contra o território sírio, na sequência de bombardeamentos que visaram as regiões fronteiriças de Israel. A Reuters, por sua vez, disse que um grupo palestino baseado no sul da Síria disparou três foguetes contra Israel.

As colinas de Golã estão sob ocupação israelense desde 1967, desde a Guerra dos Seis Dias, e o regime israelense declarou em 1981 a área anexada ilegalmente, em violação à lei internacional. O que jamais foi reconhecido pela ONU e, conforme a resolução 242, Israel tem que devolver a área ao povo sírio. Cerca de 20 mil colonos israelenses se instalaram na terra roubada.

NÃO AO GENOCÍDIO EM GAZA

A Síria vem condenando o genocídio que Israel está cometendo em Gaza, com o presidente Bashar Assad clamando pelo fim dos ataques aéreos israelenses “que visam mulheres e crianças” no enclave.

75 anos após a “Nakba” – a primeira limpeza étnica cometida por Israel -, 56 anos depois da ocupação da Cisjordânia e Gaza, 30 anos após os acordos de Oslo para a paz via a solução dos Dois Estados e 16 anos após a transformação de Gaza na maior prisão a céu aberto do mundo, Israel grita ‘pega ladrão’ contra o Hamas.

O grupo, que dirige Gaza, em uma incursão surpresa no dia 7 de outubro passou pela sofisticada cerca de US$ 2,5 bilhões em torno do enclave e ocupou assentamentos, capturou reféns para o que disse ser uma operação de troca por mulheres e crianças palestinas nos cárceres israelenses e acabou com o mito da ‘invencibilidade’ israelense, operação na qual morreram 1.400 israelenses.

Desde então, Israel declarou um cerco total a Gaza, sem água, comida, remédios ou combustível, anuncia que entrará por terra e já matou com seus bombardeios mais de 5.000 palestinos, 70% deles crianças e mulheres, além de ordenar que metade da população deixasse seus lares e se deslocasse para o sul. Nem hospitais, escolas e mesquitas escapam dos bombardeios.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, países de bom senso, como o Brasil, África do Sul, Rússia e China, mais as nações árabes e islâmicas, e ainda manifestações que proliferam no mundo inteiro – inclusive atos de judeus “não em nosso nome” – denunciam a catástrofe humanitária em curso em Gaza e pedem um cessar-fogo imediato, a abertura de corredores humanitários, a libertação dos reféns e a volta à implementação dos Dois Estados, depois de décadas de postergação. Isto é, do Estado Palestino, soberano e economicamente viável, já que Israel existe há décadas.

Fonte: Papiro