No início a Ford oferecia 9% e o Sindicato exigia 40%. Acordo só foi possível após 40 dias de greve | Foto: Divulgação

O Sindicato dos Trabalhadores Automotivos Unidos (UAW) conquistou um acordo provisório “histórico” de 25% de aumento salarial para os metalúrgicos da Ford durante os próximos quatro anos, o que deve resultar no fim da paralisação que afeta a multinacional azul nos Estados Unidos, desde 15 de setembro, além da General Motors (GM) e Stellantis [grupo franco-ítalo-americano].

O acordo também inclui um aumento imediato de 11%, além de ajustes de custos de vida e ganhos em pensões e seguros-desemprego. Segundo o UAW, se ratificada pela categoria, a negociação pode aumentar o salário máximo dos funcionários para mais de US$ 40 por hora. O valor atual é de US$ 32/hora. Já o salário inicial passaria a ser de US$ 28. Junto com o reajuste salarial, isso permitirá que um novo empregado da companhia ganhe cerca de 68% a mais, enquanto os que ganham salários mais altos alcancem um reajuste de 33%.

Segundo o presidente do UAW, Shawn Fain, o avanço somente foi possível depois que a paralisação alcançou nos últimos dias as unidades mais rentáveis dos chamados “Três Grandes de Detroit”. Apesar de ser um percentual inferior aos 40% reivindicado inicialmente, explicou Fain, está bem acima dos 9% propostos em agosto pela Ford antes dos trabalhadores terem decidido cruzar os braços.

O diretor-presidente da Ford, Jim Farley, disse que a partir de agora a empresa está focada em fazer com que os 20 mil funcionários retornem ao trabalho para reativar as fábricas de montagem em Kentucky, Michigan e Chicago. Segundo o sindicato UAW, o acordo com a Ford é superior a todos os aumentos obtidos entre 2001 e 2022.

Faltando ainda ser ratificado pelos trabalhadores da Ford, antes de ser finalizado, o acordo fixou o patamar mínimo que o Sindicato exigirá agora da GM e da Stellantis para pôr fim ao movimento. “Pedimos a todos os trabalhadores da Ford em greve que venham trabalhar enquanto votamos o acordo provisório. Vamos voltar ao trabalho para manter alta a pressão alta”, ressaltou o vice-presidente do UAW, Chuck Browning.

Fonte: Papiro