A valorização do real sob o terceiro governo Lula contrariou as previsões catastrofistas do mercado – mas não só. Em momento de turbulência econômica global, a moeda brasileira está entre as que mais ganharam força frente ao dólar em 2023.

O dado consta de um levantamento da agência de risco Austin Rating para o portal Poder360, com base em unidades monetárias de 118 países. O real, conforme o estudo, valorizou 4,2% em relação ao dólar desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O primeiro Boletim Focus de 2023, elaborado pelo Banco Central com base em consultas a agentes do mercado, previu que o dólar deveria chegar ao final do ano em R$ 5,28. Porém, os bons números do governo foram registrados especialmente no primeiro semestre, quando o dólar recuou 6,93% frente ao real e chegou a R$ 4,77. “Essa foi a maior queda frente à moeda nacional em um primeiro semestre de mandato presidencial desde a segunda eleição de Lula, em 2007”, reportou o E-Investidor.

A apreciação ao longo de 2023 transforma a moda brasileira na 10ª mais valorizada entre as 118 pesquisadas pela Austin Rating. O real está atrás apenas do peso colombiano, da rupia (Sri Lanka), do afegane (Afeganistão), do peso mexicano, do dinar (Iraque), do colón (Costa Rica), do gourde (Haiti), do lek (Albânia) e do leu (Moldávia).

A valorização do real sobressai ainda mais diante do índice de alguns países emergentes, como a Rússia. Às voltas com a guerra na Ucrânia e com sanções econômicas internacionais, o país viu sua moeda, o rublo russo, perder 25% de valor no ano ante o dólar. Há casos de desvalorização ainda maior, como a lira turca (-31,7%), o peso argentino (-49,5%) e o bolívar na Venezuela (-49,6%).