Franceses se concentram em torno do Monumeto à República em Paris | Foto: AFP

Depois da Justiça suspender a proibição de manifestações pró-Palestina em Paris, uma multidão foi à Praça da República prestar solidariedade aos palestinos e pedir um cessar-fogo.

Esses protestos tinham sido proibidos pelo governo francês, sob pretexto de que o apoiar agora a Palestina seria apoio ao terrorismo. A Justiça apontou a proibição como uma violação ao direito de manifestação.

O ato tinha sido convocado apesar da proibição e os parisienses começaram a se concentrar na praça às 18h, ainda com a presença de policiais.

Quando a Justiça derrubou a proibição, os policiais se retiraram e a Praça da República lotou de manifestantes com bandeiras da Palestina e com cartazes pedindo a liberação do território ocupado por Israel.

O ato só pôde acontecer oficialmente entre as 19h e as 20h.

Uma marroquina chamada Friha, esteve no ato com sua filha e empunhando uma bandeira da Palestina.

Ao jornal Liberation, ela disse que é um “dever humanitário” se manifestar contra os ataques de Israel.

“Já vi regimes racistas e autoritários caírem, então por que é que o apartheid israelita não deveria cair também?”, questionou.

Os manifestantes cantavam músicas acusando o Ocidente de ser “cúmplice do apartheid” e afirmando que a “humanidade está sendo assassinada”.

Para o tribunal administrativo de Paris, as proibições de manifestações pró-Palestina são “um ataque grave e manifestamente ilegal à liberdade de manifestação”.

“O respeito pela liberdade de manifestação e pela liberdade de expressão, que têm caráter de liberdades fundamentais (….) deve ser conciliado com a exigência constitucional de salvaguarda da ordem pública”, continuou.

As manifestações foram proibidas primeiro pelo ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, que depois passou a responsabilidade para as prefeituras.

Darmanin esteve envolvido em uma polêmica com o jogador francês Karim Benzema, que é muçulmano, por tê-lo acusado falsamente de ser ligado a grupos terroristas.

A acusação foi feita depois que Benzema disse estar orando pelos habitantes de Gaza, “vítimas mais uma vez, destes injustos bombardeios que não poupam nem mulheres nem crianças”.

Benzema hoje joga pelo Al-Ittihad, da Arábia Saudita, mas foi companheiro de Vini Jr., Marcelo e Rodrygo no Real Madrid campeão da Liga dos Campeões em 2022. Naquele ano, ele ainda recebeu o prêmio Bola de Ouro.

Fonte: Papiro