Foto: Rodrigo Pinheiro/Agência Pará

A área desmatada na Amazônia caiu de 1.454,76 km² para 629,3 km², na comparação de setembro de 2022 para o mesmo mês deste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Uma queda de 56,8%.

Na comparação com agosto, a queda foi bem maior: de 1.661,02 km² para 563,09 km².

O desmatamento da Amazônia durante o governo Lula vem caindo consideravelmente ao contrário do que aconteceu no governo de Jair Bolsonaro.

O atual governo tem feito ações contra os desmatadores, com a presença maior na região, mobilizando a Polícia Federal, as Forças Armadas e os órgãos de defesa ambiental.

Entre as medidas aplicadas desde janeiro na Amazônia, o Ibama aumentou em 160% os autos de infração por crimes contra a flora em relação à média para o mesmo período nos últimos quatro anos. Os embargos (proibição do uso de áreas desmatadas ilegalmente) cresceram 119%, as apreensões, 86%, e a destruição de equipamentos usados em crimes ambientais, 185%.

Houve apreensão de mais de 3 mil cabeças de gado, 25 aeronaves e 36 toneladas de cassiterita. Entre outras ações, 1,85 milhão de m³ de créditos virtuais de madeira foram bloqueados. Dos 280 mil hectares embargados desde o início do ano, com a retomada das operações remotas, 213 mil ha ocorreram em áreas privadas, e 67 mil ha, em terras públicas.

No caso do ICMBio houve crescimento de 264% dos autos por infrações contra a flora, de 49% dos embargos, de 105% das apreensões e de 122% dos termos de destruição de janeiro a agosto na comparação com o mesmo período de 2022.

A retomada das ações de fiscalização do Ibama e do ICMBio é uma das medidas de combate ao desmatamento na Amazônia.

Em 5 de junho, após a realização de seminário técnico-científico e de consulta pública, foi lançada a 5ª versão do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).

Também em junho foi publicada resolução do Conselho Monetário Nacional que restringe o crédito para imóveis com Cadastro Ambiental (CAR) suspenso e concede bônus de juros para imóveis com CAR analisado e ativo.

Desde o início do ano houve cancelamento, suspensão ou pendência de registros do CAR em Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Florestas Públicas Não Destinadas.

Já no governo anterior, Ibama e ICMBio foram desmontados e esvaziados. O Inpe foi questionado violentamente por Bolsonaro por mostrar os aumentos de áreas desmatadas na Amazônia. O diretor à época, cientista Ricardo Galvão, foi a obrigado a se demitir por causa das perseguições de Bolsonaro.

Ricardo Galvão foi exonerado pelo governo Bolsonaro em agosto de 2019, logo após a divulgação de que o número de queimadas na Amazônia chegava a ser três vezes maior do que em 2018.  

Em janeiro deste ano, Galvão tomou posse como novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em solenidade presidida pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

“A ciência sobreviveu a autoridade política e promoveu avanços através da autoridade do conhecimento. Nesses últimos anos de atividade, foi um enorme retrocesso. Há pouco mais de dois meses derrotamos a truculência que existia em nosso País”, disse Ricardo Galvão em discurso naquela solenidade.

O contrário ocorre no bioma do cerrado brasileiro, por conta do avanço da monocultura da soja. A área desmatada nesse bioma aumentou de 273,41 km² para 516,73 km², em setembro deste ano, na comparação com setembro do ano passado.

Em agosto comparado ao mesmo mês do ano passado, houve leve aumento, passando de 451,81 km² para 463,36 km².

Fonte: Página 8