Bombardeio israelense com fósforo branco no porto de Gaza, em 11 de outubro de 2023 | Foto: Mohammed Adeb/AFP via Getty Images

A Anistia Internacional apresentou no sábado (14) provas que põem por terra a declaração das forças de ocupação israelenses de que não usam bombas de fósforo branco em Gaza, cujo uso contra civis é proibido.

Na véspera, também a Human Rights Watch confirmou que a ocupação israelense utilizou bombas de fósforo branco nos seus ataques a Gaza e ao Líbano nos dias 10 e 11 de outubro.

Imagens obtidas pela Anistia Internacional mostram forças israelenses perto do assentamento de Sderot, em 9 de outubro, com projéteis de artilharia com o código D528 [documento de hiperlink página 39], que corresponde ao Código de Identificação do Departamento de Defesa dos EUA para cartuchos à base de fósforo branco.

“Categoricamente, não”, havia mentido à CNN o porta-voz militar israelense, tenente-coronel Peter Lerner, quando indagado sobre o uso de bombas de fósforo branco, denunciado pela HRW.

Não é a primeira vez que as forças de ocupação israelenses utilizam armas proibidas internacionalmente contra civis, em violação do direito humanitário internacional. Usaram bombas de fósforo branco em 2006 contra civis libaneses, em 2008-2009 contra civis palestinos em Gaza, e novamente em 2014 contra civis em Gaza. Nas três guerras, Israel afirmou usar bombas de fósforo para “fins de iluminação”.

A Human Rights Watch fundamentou suas afirmações com provas de vídeo provenientes do Líbano e de Gaza, que retratavam múltiplas explosões aéreas de fósforo branco disparado por artilharia sobre o porto da Cidade de Gaza e duas localidades rurais ao longo da fronteira ocupada entre a Palestina e o Líbano.

O fósforo branco, em contato com o oxigênio do ar, acende instantaneamente e continua a queimar até acabar, o que é usado para bombas incendiárias. O fogo provocado pelo fósforo branco é extremamente difícil de extinguir.

Segundo um especialista citado pela HRW, “armas incendiárias causam queimaduras devastadoras, e de maneiras muito piores do que qualquer escaldadura padrão ou queimaduras de fogo”.

Nas pessoas, o fósforo branco pode causar queimaduras profundas, até os ossos e até mesmo através deles, e pode reacender após o tratamento inicial, quando tem novo contato com o oxigênio.

O produto químico também pode entrar na corrente sanguínea se ficar em exposição prolongada com carne, envenenando órgãos como os rins, fígado e coração, e possivelmente causando falência múltipla de órgãos. A fumaça liberada pelo fósforo branco também pode danificar o sistema respiratório.

Fonte: Papiro