"Comigo na Presidência, Argentina não se dobrará às condições adversas do FMI", declarou Sergio Massa | Foto: Perfil

Em três semanas estará definido o futuro da Argentina, decidiremos se somos um país com direitos trabalhistas, com férias remuneradas e que luta para melhorar a renda de nossos trabalhadores ou se voltaremos ao passado”, afirmou o ministro de Economia e candidato à Presidência da coligação União pela Pátria, Sergio Massa, ante a multidão de mais de 200 mil pessoas mobilizadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) na Praça do Congresso de Buenos Aires, para comemorar “a vitória histórica” que representou a sanção da lei que eliminou o pagamento do Imposto de Renda para os trabalhadores que ganham até 5 salários mínimos.

No ato sob a consigna “Desenvolvimento – Produção – Trabalho”, o candidato para as eleições que ocorrerão em 22 de outubro próximo alertou que este era o primeiro passo para “reparar erros” na economia argentina e no sistema de distribuição de renda. “Quero que vocês registrem um número, guardem para sempre, 27.725 é a lei que acaba com o Imposto de Renda sobre os salários dos trabalhadores argentinos”, afirmou. O salário mínimo hoje equivale a 1.900 reais.

“Há poucos dias (por meio de decreto) tomamos outra medida muito importante, que é a devolução do Imposto ao Valor Agregado (IVA) da cesta básica, de produtos de higiene e de casa para mais de 12 milhões e meio de argentinos. Eles têm direito a esse reembolso”, ressaltou e pediu à direção sindical que apoiasse o projeto para que esse mecanismo pudesse ser instituído por lei a partir do próximo ano.

“Temos esse benefício de forma temporária e para tê-lo permanentemente enviamos o projeto ao Congresso” para aprovação, apontou Massa.

No quadro anterior, destacou o candidato, os aposentados, os empregados com rendimentos insuficientes, ou pertencentes ao sector da economia popular “têm que pagar o mesmo imposto (IVA) na compra de alimentos ou produtos da sua cesta básica, que o CEO de uma empresa internacional paga. Isso é muito injusto!”

E acrescentou: “O esforço não deve ser feito por quem trabalha, mas por quem faz jogatina sem controle, por quem especula, por quem ataca a Argentina”.

Afirmando que a lei que acabou com o pagamento do imposto foi conquistada graças ao apoio de sindicatos e movimentos sociais, de deputados e senadores que apoiam sua candidatura, da presidente da Câmara dos Deputados (Cecilia Moreau), Massa destacou o apoio decisivo da presidente do Senado, a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, provocando os maiores aplausos do discurso.

Com a presença de toda a diretoria da CGT, dos dirigentes da Central dos Trabalhadores Argentinos (CTA) e de organizações sociais juvenis, femininas e de moradores, o candidato insistiu no seu compromisso – caso triunfe – de transformar o país e para isso afirmou que “o nosso país precisa de um governo de unidade nacional” ao qual colocou apenas uma condição: um limite ao FMI.

Vários líderes políticos já apoiaram a ideia do “grande acordo” para responder à candidatura fascista de Javier Milei, do partido  Libertad Avanza (LLA) que, fruto de uma lunática demagogia e diante de insuficiências do governo de Alberto Fernández, acabou ficando em primeiro lugar nas chamadas primárias realizadas no último dia 13.

Massa destacou que Milei se valeu de ideias estapafúrdias e destrutivas para a Argentina, a exemplo da dolarização da economia, venda de órgãos humanos e a “dinamitação” do Banco Central. Absurdos que colocam na ordem do dia “a obrigação de convocar um governo de unidade nacional mais amplo, com membros do Partido Radical (PR), com setores peronistas conservadores. Um governo fruto de uma candidatura que deve ser acompanhada pelo prefeito de Buenos Aires, Rodríguez Larreta, pelo governador da província de Córdoba, Juan Schiaretti  e outros setores independentes”.

A pesquisa da Consultoria Circuitos publicada em 25 de setembro indica que o candidato Javier Milei tem 33,2% das intenções de voto, seguido de perto por Sergio Massa com 32,2% e pela candidata presidencial do Juntos pela Mudança, Patricia Bullrich, em terceiro com 28,1%; assinalando um crescimento do candidato peronista que, embora ainda sem reverter o primeiro lugar de Milei, colocaria Massa no segundo turno das eleições presidenciais.

Fonte: Papiro