Profissionais da Saúde tomaram as ruas de Santiago do Chile com faixas setoriais | Foto: Reprodução

Os trabalhadores da Saúde chilenos iniciaram uma greve nacional de três dias a partir desta quarta-feira (27) com o objetivo de exigir maior financiamento para o setor. Entre outras reivindicações trabalhistas, a medida foi motivada pela “falta de respostas claras e precisas às reivindicações” por parte do governo de Gabriel Boric.

A greve é ​​convocada pela Confederação Nacional dos Funcionários Municipais de Saúde (Confusam), que reúne o setor da atenção básica.

“Recebemos apenas propostas e ‘boas’ intenções do Governo, não temos nada que nos apoie e diga que estas situações vão ser resolvidas”, afirmou a presidente da Confusam, Gabriela Flores, que denuncia também a situação crítica dos trabalhadores que se aposentam com pensões baixíssimas que não lhes permitem uma sobrevivência minimamente digna.

DEMISSÃO DE MAIS DE 6.300 FUNCIONÁRIOS

Somando-se ao protesto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde Pública (Fenats) convocou uma greve para a próxima segunda-feira (2) em repúdio à demissão de mais de 6.300 funcionários do setor após o fim do alerta sanitário devido à Covid-19.

A presidente da Fenats, Karen Palma, qualificou a posição do Governo como inflexível após uma reunião de duas horas esta quarta-feira com representantes do Ministério da Saúde.

 “Hoje o subsecretário informou que apesar de acreditar que estes 6.300 trabalhadores são necessários na rede, deve demiti-los nos dias 30 de setembro e 31 de outubro. Esta situação tornou-se insustentável”, sublinhou Karen, lembrando que estes trabalhadores “entraram em plena pandemia para reforçar os quadros” e “colocaram as suas vidas em risco face ao vírus do Covid-19”.

“Alguém deve assumir a responsabilidade pela eliminação de 6.300 empregos que até agora ampliam a cobertura e são importantes para reduzir listas de espera e cuidar de leitos críticos”, ressaltou.

“As demissões implicam não só um duro golpe para os trabalhadores e seus familiares, mas também a milhões de usuários do serviço de saúde em todo o país”, concluiu.

Fonte: Papiro