Mobilização dos trabalhadores em Hollywood | Foto: Leonardo Muñoz/AFP

O Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos (WGA) e a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), representantes dos grandes estúdios de Hollywood, chegaram a um início de acordo para encerrar a greve que paralisou grande parte das produções audiovisuais nos últimos 146 dias, quase 5 meses.

O acerto envolve levantar os piquetes à frente dos principais Estúdios e as mobilizações, mas por enquanto a atividade não será retomada até que o acordo com todos os detalhes seja votado pelos escritores e demais trabalhadores.

“Podemos dizer com grande orgulho que este acordo é excepcional, com ganhos e proteções significativos para todos os escritores”, afirmou o sindicato em comunicado, especificando que o acordo aborda todas as questões-chave da negociação, incluindo aumento salarial, melhorias nas condições de trabalho, limitação do uso da inteligência artificial e a revisão dos pagamentos dos chamados “benefícios residuais”, como receitas provenientes do sucesso de um determinado projeto audiovisual em que tenham trabalhado.

O acordo final deve ser validado primeiro pelo comitê de negociação e depois pelas direções sindicais do leste e oeste do país. Os 11.500 membros da organização votarão o acordo a partir desta terça-feira, assim que a versão final do texto estiver pronta e, se for aprovado, procederão à decisão de quando encerrar a greve.

ATORES TAMBÉM EM GREVE

Segundo anunciado, no acordo os estúdios aceitaram uma nova fórmula para ter em conta os níveis de audiência das séries e filmes, fato que poderá ser a chave para desbloquear também o conflito que existe com o sindicato dos atores, que ainda não foi resolvido e é fundamental para a retomada da atividade audiovisual, uma vez que tem 160 mil associados e está em greve há dois meses e meio.

A mobilização de atores e roteiristas atrasou estreias de títulos esperados como Dune: Part Two, de Denis Villeneuve, ou Challengers, de Luca Guadagnino, ambas previstas para o segundo semestre de 2023 e que agora esperam a sua estreia em 2024. No entanto, o sindicato dos atores não teve qualquer aproximação com a AMPTP desde o passado dia 12 de julho, quando as negociações para o seu acordo coletivo terminaram abruptamente e sem consenso.

A WGA pediu paciência neste domingo: “Agora resta ao nosso pessoal garantir que tudo o que foi acordado esteja na linguagem final do contrato. Embora estejamos ansiosos para compartilhar os detalhes, não podemos fazê-lo até que tenham sido colocados todos os pontos nos is”, afirmou o comitê.

Fonte: Papiro