Saque colonial é responsável pela crise migratória, diz líder africano na ONU
“Esta escalada da crise migratória é uma das terríveis consequências da pilhagem dos recursos naturais dos países empobrecidos pela escravidão, pela colonização e pelo imperialismo ocidental, pelo terrorismo e pelos conflitos armados internos”, denunciou o presidente da República Centro-Africana (RCA), Faustin Touadéra durante seu pronunciamento na 78ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.
Em seu discurso, nesta quinta-feira (21), o líder africano apontou para os “séculos de saque”, efetuados pelas potências coloniais europeias antes e agora pelo imperialismo exercido principalmente pelos Estados Unidos.
Afirma Touadéra, que essa rapina resultou nos problemas que a África enfrenta hoje.
A fala do presidente da RCA foi uma resposta ao discurso de ontem, quarta-feira (20), da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, centrado na questão da imigração ilegal em seu país. Em seu discurso, a política de direita equiparou a situação dos migrantes ao antigo tráfico negreiro.
“Estes jovens que simbolizam o presente e o futuro do nosso continente procuram desesperadamente juntar-se aos países do continente europeu”, afirmou Touadéra, como se a Europa fosse um ilusório Eldorado.
O presidente centro-africano exigiu que a África tenha um maior papel na solução dessa crise.
“A ONU deve ir além do nosso compromisso comum de reavivar a solidariedade global. Deve envolver os países africanos nessa procura de soluções globais, incluindo as crises migratórias e para as questões existenciais que os jovens enfrentam no continente africano.”
O presidente da RCA, vem de dar uma dura resposta à intromissão de Macron nos assuntos internos de seu país.
As relações entre a República Centro-Africana (RCA) e a Rússia não dizem respeito à França, disse o presidente Faustin Touadera ao presidente Emmanuel Macron, de acordo com a agência de notícias estatal francesa RFI, no fim de semana. Comentário feito durante reunião com Macron em Paris na quarta-feira, a caminho de Cuba para a cimeira do G77.
O líder da nação africana, segundo o seu porta-voz, Albert Yaloke Mokpeme, disse a Macron que a RCA estava cooperando “com as autoridades russas no âmbito de um acordo de defesa e formação entre Estados”, enfatizando que outros aspectos das relações “não eram assuntos de Paris”.
Fonte: Papiro