Premiê do Canadá, Trudeau (terno azul claro), entre os que aplaudiram o nazi ucraniano com Zelensky | Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Comuns do Canadá, Anthony Rota, anunciou na terça-feira (26) sua renúncia, no esforço para conter o escândalo internacional criado pelo aplauso de pé no parlamento canadense, mais o presidente Zelensky e o primeiro-ministro Justin Trudeau, a um veterano ucraniano de uma divisão da SS hitlerista responsável pelo massacre de poloneses, judeus e soviéticos durante a 2ª Guerra Mundial. A repugnante cena correu mundo e provocou protestos que vão da ONU a Polônia, Rússia e Israel.

“Devo deixar o cargo de seu presidente”, disse Rota, acrescentando “Reitero meu profundo pesar”. Anteriormente, ele se dissera o único responsável pelo “convite” a Yaroslav Hunka, ucraniano-canadense de 98 anos que serviu na Waffen SS durante a ocupação hitlerista.

Na Polônia, surgiram conclamações a extradição de Hunka para julgamento por crimes de guerra.

Apesar da tentativa de descaracterizar o que de fato ocorreu, com o Canadá, na presença de Zelensky homenageando um “herói ucraniano, um herói canadense”, o episódio expôs a operação abafa de parte da mídia ocidental de esconder a raiz fascista do regime instaurado em Kiev, e sua apologia, como “heróis nacionais”, de notórios colaboracionistas nazistas, farta exibição de suásticas e sóis negros e unidades como o batalhão Azov.

Além do fato do Canadá, atendendo a Londres e Washington, ter recebido como “refugiados” cerca de 2 mil criminosos de guerra nazistas foragidos do leste europeu. A propósito, um deles, avô da vice-primeira-ministra, Crystia Freedman, foi colaboracionista de Hitler na Ucrânia e na Polônia.

A “homenagem” havia sido repudiada pelo embaixador polonês em Ottawa, Witold Dzielski, que disse que a unidade SS foi “responsável pelo assassinato de milhares de polacos e judeus” e que Varsóvia “nunca concordará em encobrir tais vilões”.

O embaixador russo, Oleg Stepanov, criticou o governo Trudeau como “essencialmente o epítome do fascismo neoliberal”, enquanto o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que “a memória deve ser preservada em relação aos nazistas, não importa quantos anos eles tenham, não há prazo de prescrição para esses crimes”.

Em nome do secretário-geral Guterres, o porta-voz Stephane Dujarric disse que a ONU “é contra qualquer homenagem às pessoas que participaram ativamente de ações nazis durante a Segunda Guerra Mundial”.

Também o movimento antifascista israelense condenou veementemente o que ocorreu no parlamento canadense, disse à Sputnik o presidente do grupo antifascista israelense, Dmitry Trapirov. “Em primeiro lugar, condenamos este convite. O Ocidente esqueceu o que são o fascismo e o nazismo… Esperamos que, tal como nós, as nossas autoridades condenem esta ação, uma vez que o povo judeu não esqueceu estes crimes”, disse Trapirov.

Por sua vez, a organização judaica Centro Amigos de Simon Wiesenthal (FSWC), com sede em Toronto, afirmou em comunicado que não pode haver dúvida de que a SS Galizia “foi responsável pelo assassinato em massa de civis inocentes com um nível de brutalidade e malícia inimaginável”. A organização chamou de “perturbador ver o Parlamento do Canadá levantar-se para aplaudir um indivíduo que era membro de uma unidade da Waffen-SS, um ramo militar nazista responsável pelo assassinato de judeus e outros e que foi declarada uma organização criminosa durante os Julgamentos de Nuremberg.”

Já o primeiro-ministro Trudeau, tentando sair ileso desse flagra de culto a nazistas, teve a cara de pau de chamar o caso de “desinformação russa” e depois jurou que “nem ele nem Zelensky de nada sabiam” da homenagem ao “herói”.

Fonte: Papiro