Australianos em ato pela liberdade de Julian Assange | Foto: Richard Wagner-news.com.au

Uma delegação de 63 membros da Câmara dos Representantes e do Senado da Austrália assinaram uma carta de apoio a Julian Assange, fundador do WikiLeaks, na qual são unânimes em afirmar que “a acusação e prisão do cidadão australiano” pelo Governo norte-americano “deve acabar”.

O conteúdo da carta foi revelado pelo jornal The Guardian, no momento em que uma delegação australiana de diferentes partidos políticos se prepara para viajar a Washington na próxima semana para defender os interesses do jornalista.

O grupo incluirá o ex-vice-primeiro-ministro e líder do Partido Nacional, Barnaby Joyce, os membros do parlamento Tony Zapia do Partido Trabalhista; a deputada independente Monique Ryan; Alex Antic do Partido Liberal; e Peter Whish-Wilson e David Shoebridge do Partido Verde.

Assange vem sendo punido pelos sucessivos governos estadunidenses por ter divulgado, a partir de 2010, centenas de milhares de arquivos do Pentágono comprovando os crimes de guerra no Afeganistão, no Iraque – inclusive o assassinato de dois jornalistas da Reuters em Bagdá -, e no campo de concentração e tortura de Guantánamo. Os materiais também expõem casos em que a CIA se envolveu em tortura e rendição.

A delegação australiana deve reunir-se em Washington com membros da Câmara e do Senado, do Departamento de Estado e do Departamento de Justiça para condenar a extradição de Assange para os EUA e denunciar que o caso continua “há mais de uma década”, sendo “um erro” que a perseguição ao jornalista australiano continue por mais tempo e que lhe seja negada a liberdade, tendo em consideração a duração e as circunstâncias da detenção que já sofreu.

Além disso, os legisladores australianos alertaram “que não haja dúvidas de que se Julian Assange for transferido do Reino Unido para os EUA, haverá um protesto forte e sustentado na Austrália”.

O irmão de Assange, Gabriel Shipton, disse à Fox News Digital que a “delegação australiana de todos os partidos traz uma mensagem poderosa de que a contínua perseguição vingativa contra o editor e jornalista Julian Assange está começando a afetar a amizade que as duas nações desfrutaram ao longo da história”.

Greg Barns, advogado de direitos humanos e conselheiro da campanha de Assange, disse em comunicado de imprensa que as sondagens mostram que quase 90% dos australianos acreditam que as acusações deveriam ser retiradas.

Fonte: Papiro