Liberdade, Igualdade e Democracia, exige manifestante em Nova Iorque | Foto: Emil Salman/Haaretz

Netanyahu, ao promover o golpe para manietar o Poder Judiciário, abrindo passo para a imposição de um governo ditatorial, autocrático e messiânico antipalestino, foi recebido com manifestações de repúdio por onde passou em sua visita aos Estados Unidos. O maior ato de repúdio se deu em Nova Iorque.

Ao mesmo tempo, durante a 38ª semana de protestos, 170 mil se reuniram em Tel Aviv em ato encabeçado pela faixa afirmando: “Não perdoamos”, em uma referência ao Yom Kipur (Dia do Perdão para os judeus)

Já à sua chegada, no aeroporto San José, na Califórnia, na segunda-feria, 18, Netanyahu foi recebido por uma manifestação de repúdio ao ataque ao Judiciário israelense, cujo primeiro passo na supressão de seu poder foi a anulação da Lei de Razoabilidade, pela qual a Corte Suprema de Israel pode declarar nula, se comprovada sua falta de sentido, uma lei aprovada no parlamento israelense, o Knesset.

Dessa forma, como já ameaçam, os extremistas no Knesset podem retirar cidadania de lideranças que se colocam como opositores do regime, podem declarar anexos territórios palestinos ferindo os Acordos de Oslo, podem estender o mandato da excrecência governista atual, medidas que parlamentares da coalizão no poder têm alentado desde que assumiram.  

Ao ato no aeroporto foi seguido outro com apitos e buzinas diante do hotel Signia by Hilton onde ficou hospedado ainda na cidade californiana.

Os atos se seguiram em todos os pontos onde o primeiro-ministro chegou. Presentes às manifestações principalmente judeus norte-americanos e israelenses que residem nos EUA ou que viajaram especialmente para participar dos atos de rechaço.

O maior ato ocorreu diante da sede da ONU, em Nova Iorque, com milhares de participantes que bradavam “Democracia” e “Vergonha” (em referência ao golpe que Netanyahu encabeça). A manifestação aconteceu no momento em que ele fazia seu pronunciamento perante a Assembleia Geral da ONU.

Ainda em sua estada na Califórnia, o diretor executivo da Sinagoga Beth El de San José, David Ginsborg, foi dos primeiros a se pronunciar contra o dano causada pelo premiê: “É ultrajante, simplesmente ultrajante, eu luto por uma Israel que seja uma democracia, de pluralismo religioso. Netanyahu não representa isso”.

Para Ginsburg, o que Israel deveria fazer é sentar com os palestinos e “construir consenso em favor da paz”.

“O que causa dano a Israel e de sua imagem diante do mundo, são as ações do governo Netanyahu incluindo das pessoas do mal que se reuniram em torno dele”, disse a diretora da Universidade de Stanford, Nathalie Landesman.

Ativistas reunidos na organização UneXeptable, emitiram declaração conjunta deixando claro que “Netanyahu não é bem-vindo quando tenta implantar um regime ditatorial em Israel. Onde quer que ele vá, estaremos lá para mostrar a ele que nosso apoio vai para uma Israel democrática, justa e igualitária”.

“Estamos aqui para dizer ao mundo que o primeiro-ministro Netanyahu é responsável peo desmonte da democracia de Israel, afirmou o rabino Josh Weinberg, presente ao ato em Nova Iorque.

Também presente ao ato, o ex-diretor, aposentado, do seminário religios, Colégio União, em Jerusalém, Naamah Kelman, denunciou que “este governo está destinando bilhões de shekels (moeda israelense) para promover valores antidemocráticos nas escolas, para humilhar nossos cidadãos árabes e cimentar a ocupação das terras do povo palestino na Cisjordânia. Netanyahu e seus aterradores ministros da Justiça, Finanças e Segurança Nacional esqueceram a essência do judaísmo”.

Integrantes do “Bloco contra a Ocupação” se manifestaram diante do hotel localizado a Park Avenue, em Nova Iorque, onde Netanyahu se hospedou. Nas faixas e palavras de ordem entoadas pelos manifestantes, se destacavam, “Não existe algo assim como democracia com ocupação”, “Com a polícia de Ben Gvir não há justiça e não há paz”, “Do rio ao mar todos devem ser livres”. Também havia cartazes exigindo que o governo dos Estados Unidos “pare de financiar Netanyahu e seus amigos fascistas”.

Fonte: Papiro