Movimentos grevistas na USP, Metrô, CPTM e Sabesp pressionam Tarcísio
Estudantes da USP (Universidade de São Paulo) realizaram um grande protesto, na terça-feira (26), reivindicando a contratação de professores e em apoio aos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp, que lutam contra o projeto privatista do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Diversas unidades da universidade estão em greve que conta com a aprovação de professores e funcionários. Mais de dois mil alunos e servidores caminharam em protesto cerca de cinco quilômetros da Cidade Universitária, na capital paulista, até o Largo da Batata, no bairro de Pinheiros.
A greve na universidade começou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e tem apoio de outras unidades. Estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (Sanfran), da Escola Politécnica, do Instituto de Matemática e Estatística, da Escola de Engenharia de Lorena, do Instituto de Psicologia e da Faculdade de Educação aderiram ao movimento grevista. Mais de 20 cursos já contam com paralisações. Em parte dessas unidades os professores manifestaram adesão total.
Durante as assembleias e protestos, os estudantes e servidores da USP indicaram apoio à greve de 24 horas que será realizada no dia 3 de outubro pelos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp. A greve ocorre em protesto contra o projeto do governo de São Paulo que visa privatizar as companhias.
Dessa maneira, há o indicativo de unificação das manifestações. Com isso, estudantes, professores e servidores da USP, assim como de outras universidades que apoiam demandas em defesa do fortalecimento das faculdades pública, se unirão aos trabalhadores do saneamento, metroviários e ferroviários em recado direto ao governador Tarcísio de Freitas.
Associação dos Professores
Segundo a Adusp (Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo), a falta de professores na Universidade chega a 1.042 em comparação com o ano de 2014. A situação fez com que disciplinas obrigatórias de certos currículos fossem canceladas. Neste cenário, os professores que permanecem encontram-se sobrecarregados.
A Associação que já realizava paralisações em apoio à greve dos estudantes deliberou nova parada até segunda-feira (2), quando nova assembleia debaterá a entrada definitiva na greve e a incorporação à manifestação de 3 de outubro contra as privatizações, além do acordo coletivo de trabalho dos servidores.
Reitoria da USP
Nova rodada de reunião entre a reitoria e a direção da USP com representantes do movimento estudantil acontece na quinta (28). Espera-se que um plano para acelerar a contratação de professores seja apresentado pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti, assim como proposta de ampliação em número e nos valores de bolsas para a permanência estudantil.
Segundo a Folha, a proporção de professor por aluno da USP foi de 0,07, em 2002, para 0,05, em 2022 – o menor valor em 20 anos.
Recursos estaduais em risco
Em nota sobre a greve de 24 horas, o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo colocou que “a pauta da greve será a exigência ao governador Tarcísio de Freitas que pare esse processo de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirizações do Metrô e consulte a população através de um plebiscito oficial sobre a entrega das empresas à iniciativa privada”.
Os sindicalistas ainda fazem um apelo para que os trabalhadores, os estudantes e movimentos sociais se organizem “para engrossar o movimento e parar São Paulo contra essa tentativa de destruição das empresas públicas”.
Já os trabalhadores da Sabesp, organizados pelo Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do estado de São Paulo (Sintaema), convocam os servidores para ato no dia 3 de outubro, às 15 horas, em frente ao prédio da Sabesp, localizado na Avenida Santos Dumont (Ponte Pequena).
“O governador Tarcísio vai enfrentar a unidade dos trabalhadores do saneamento, ferroviários e metroviários. Ele resolveu ignorar os trabalhadores e a população e acelerar a privatização. Não vamos descansar até esse projeto ser enterrado”, disse o presidente do Sintaema, José Faggian.