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A campeã olímpica pela seleção brasileira de vôlei, Walewska, morreu em São Paulo, nessa quinta-feira (21), aos 43 anos. Ainda não há confirmação da causa da morte pelas autoridades.

Nascida em Belo Horizonte, a campeã Walewska Moreira de Oliveira brilhou ao conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, além de ter alcançado o bronze em Sidney em 2000.

Ela teve uma carreira repleta de sucesso, jogando em diversos clubes no Brasil e no continente europeu, até sua despedida das quadras em 2022.

Recentemente, Walewska havia lançado sua biografia e, durante esta semana, teve um encontro emocionante com o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, que expressou sua comoção ao se reunir com a ex-capitã da equipe nacional.

A atleta é incontestavelmente reconhecida como um dos principais pilares de sua geração no cenário do voleibol brasileiro.

De acordo com um comunicado emitido pela Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo, a Polícia Civil está conduzindo uma investigação em relação ao falecimento ocorrido por volta das 18h desta quinta-feira, no bairro de Cerqueira César, na zona oeste da capital. O documento informa que a perícia foi solicitada para examinar o local, e maiores detalhes estão sendo preservados para assegurar a autonomia das autoridades policiais em sua investigação.

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), por meio de uma nota oficial, expressou profundo pesar pelo falecimento da atleta. Além de sua notável conquista em Pequim 2008 e do bronze em Sydney 2000, Walewska também conquistou três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa das Campeãs de 2013 pela equipe nacional. O presidente da CBV, Radamés Lattari, declarou: “Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora”.

Nessa madrugada, após tomar conhecimento da morte da jogadora, a Seleção entrou em quadra, no Japão, e perdeu para a Turquia por 3 sets a 0 (21/25, 27/29 e 19/25), pelo Pré-Olímpico. As jogadoras utilizaram braçadeiras em homenagem à central. “A Wal foi um exemplo de coragem, de resiliência, uma mulher forte. Ela fez parte de uma geração que me fez querer ser jogadora de vôlei. Estivemos com ela há pouco tempo em Barueri e, mais uma vez, ela deixou uma mensagem de incentivo muito forte. Queremos continuar esse legado que ela deixou para nós”, lamentou a ponteira Gabi.

“Está doendo muito. Sabíamos que tínhamos que disputar esse jogo, nos juntamos e deixamos para chorar depois da partida. Foi difícil conter as lágrimas na nossa oração de pré-jogo. Temos mais dois jogos importantes para a classificação e hoje deixamos a desejar em algumas situações. Agora vamos sentir esse luto. Quando cheguei na seleção a Wal era uma das mais experientes. Aprendi muito com a postura dela. A Wal foi um espelho pela educação, o charme e a resiliência. Ela representou o Brasil lindamente. O esporte perde um grande ícone, uma representante de muito amor pelo voleibol”, disse a central Thaísa.

“É um momento muito difícil, de muita tristeza. A Walewska foi um exemplo de dedicação, comprometimento, ela tinha tudo de bom que uma atleta pode ter. Ela sempre se cuidou muito, ajudou seus times, desde muito nova. Ficamos sem chão. Falando do jogo, a Turquia pressionou o nosso time e nosso saque precisava fazer mais a diferença. Agora temos que pensar na Bélgica e no Japão para buscar a nossa classificação. Temos que deixar passar esse momento triste. Eu conheci a Walewska e sei que se ela tivesse aqui ela pediria para jogarmos por ela. A Walewska deixa um legado como atleta e ser humano. Ela foi uma atleta que todo o treinador gostaria de ter no seu time”, falou o técnico José Roberto Guimarães.

Natural de Belo Horizonte, Waleswka defendeu diversos clubes durante a vitoriosa carreira. Começou no Minas, entre 1995 a 1998. Voltou ao clube entre os anos de 2014 e 2015. Jogou pelo Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Osasco e Praia Clube. No Brasil, tinha duas conquistas da Superliga (1999-2000 e 2017-18), Supercopa (2019, 2020 e 2021), Campeonato Mineiro (2019 e 2021), Sul-Americano (2021). O Praia Clube aposentou a camisa 1 utilizada pela jogadora.

Fonte: Página 8